The Economist: Lula sem aliados fortes no exterior e com rejeição em casa

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No último domingo (29), a famosa revista britânica “The Economist”, que possui considerável visibilidade internacional, publicou um editorial com foco no presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e suas atuações. O artigo começa citando que o presidente Lula vive um momento delicado, tentando recuperar o protagonismo internacional, porém o que se observa é que o mesmo está cada vez mais isolado — tanto no exterior quanto dentro do próprio país.

Comenta que o Brasil se posicionou contra os EUA após ataques ao Irã, rompendo com a linha diplomática de outras democracias ocidentais. O que reforça a imagem de que o Brasil, ao se alinhar a regimes como Irã, Rússia e China dentro dos BRICS, está se afastando do Ocidente.

Em seguida, diz que Lula tenta se desvencilhar promovendo temas menos polêmicos na cúpula dos BRICS e evitando bater de frente com os americanos, especialmente com o presidente Trump, com quem nem sequer se encontrou. Enquanto isso, aproxima-se de Xi Jinping e busca expandir mercados na Europa e na Ásia. Mas os voos diplomáticos não têm rendido frutos sólidos: nem Putin o levou a sério quando ele se ofereceu como mediador da guerra na Ucrânia.

Reforça que, na vizinhança — América Latina — a situação também é tensa. Lula não fala com o presidente da Argentina, se isolou após apoiar Maduro e ignora a tragédia no Haiti. O editorial afirma que seu papel de liderança na América Latina é “despreparado ou incapaz“.

O artigo cita que, no front interno, o cenário é igualmente turbulento. Com popularidade em queda (apenas 28% aprovam seu governo), Lula enfrenta um Congresso que já começa a desafiá-lo abertamente, como no caso da rejeição de seu decreto de novos impostos — algo inédito em mais de três décadas — e que, enquanto isso, a direita se reorganiza.

Mostra que o Brasil possui um déficit bilionário na balança comercial com os EUA, de cerca de $30 bilhões anuais — algo que agrada Trump. Cita que o Brasil parece hoje um ator coadjuvante, se mostrando “relativamente distante e inerte geopoliticamente“. Finaliza dizendo que Lula talvez precise descer do palco internacional e voltar os olhos para os problemas do próprio quintal.

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