Terremoto de 5,1 graus atinge usina nuclear de Fordow e reacende temores no Irã

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Na última sexta-feira à noite, um terremoto de magnitude 5,1 sacudiu o norte do Irã, com epicentro a cerca de 36 km a sudoeste de Semnan, atingindo profundamente regiões sensíveis como Qom e o vilarejo de Fordo, onde está localizada a usina de enriquecimento nuclear Fordow. O abalo, com profundidade de aproximadamente 10 km, foi sentido em Teerã e cidades vizinhas, provocando apreensão entre autoridades e moradores.

Imediatamente, surgiram especulações sobre uma possível ligação entre o tremor e ações militares israelenses ou até testes nucleares iranianos, uma vez que Fordow já esteve sob ataques aéreos no recente conflito com Israel. Contudo, especialistas sísmicos descartam essas teorias, apontando que o Irã está localizado na falha alpina-himalaia, uma das mais ativas do mundo. Entre 2006 e 2015, o país registrou cerca de 96.000 tremores — média de mais de 2.000 por ano, dos quais 15 a 16 com magnitude superior a 5.

As análises de agências como o USGS confirmam que segmentos de falhas naturais foram responsáveis pelo tremor. Ao contrário de explosões subterrâneas, os eventos sísmicos naturais geram ondas do tipo P e S, padrão detectado neste caso, reforçando sua origem tectônica. Nenhum dano em estruturas foi relatado, e as autoridades nucleares iranianas afirmam que Fordow e outras instalações permanecem intactas.

A usina de Fordow, construída sob mais de 80 metros de rocha e reforçada com concreto, além de sistemas antiaéreos S‑300, resiste a ataques convencionais e a fenômenos naturais — fato reconhecido pela AIEA após inspeções políticas. Seu principal objetivo é garantir o enriquecimento de urânio em níveis civis, mas a proximidade à pureza militar levanta debates sobre riscos estratégicos.

Esse tremor serve como um lembrete potente de que nem toda crise no local decorre de ações beligerantes ou nucleares. Em vez disso, é a tensão constante na região sísmica do Irã que representa uma ameaça real à comunidade e à infraestrutura crítica, incluindo Fordow. O episódio também destaca os desafios enfrentados pelos especialistas e diplomatas ao separar causas naturais de implicações políticas, especialmente em um contexto já altamente tensionado.

Fontes: New York Times, Anadolu, India Today

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