Putin se dispõe a encontrar com Zelensky, mas impõe condições rígidas

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O presidente russo Vladimir Putin declarou nesta quinta-feira (19), durante debate no Fórum Econômico de São Petersburgo, que está disposto a se reunir com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky — mas somente na “fase final” de um eventual acordo de paz. Putin condicionou qualquer avanço a limites drásticos impostos à Ucrânia: neutralidade, renúncia à adesão à OTAN, ceder cinco regiões (incluindo áreas ainda sob controle ucraniano), reduzir seu exército e suspender o recebimento de armamentos ocidentais.

Essa oferta ocorre quase simultaneamente ao mais recente ataque aéreo russo sobre Kiev, no qual pelo menos 28 civis morreram e 130 ficaram feridos após uma série de mísseis que atingiram áreas residenciais. Zelensky, por sua vez, exigiu que a comunidade internacional pressione Moscou por um cessar-fogo e responsabilize formalmente a Rússia pelos danos infligidos à população civil.

O cerco diplomático se reforçou nas últimas semanas. A proposta de um cessar‑fogo de 30 dias, apresentada pelos EUA em março, foi aceita pela Ucrânia, mas rejeitada por Moscou há cerca de 100 dias, de acordo com o ministro ucraniano Andrii Sybiha. Desde então, a Rússia continua bombardeando alvos civis e militares com mísseis e drones em larga escala.

O saldo desse ataque contínuo inclui a morte de ao menos um cidadão americano em Kiev e diversos prédios residenciais em colapso, incluindo um edifício de nove andares atingido pela manhã de terça-feira, que registrou 23 mortes só nesse incidente. Como resposta, países como o Reino Unido e o Canadá impuseram recentemente novas sanções adicionais ao setor de defesa russo e reafirmaram pacotes de ajuda militar à Ucrânia.

Putin também alertou a Alemanha para a possibilidade de retaliação caso Berlim forneça mísseis Taurus à Ucrânia, questionando a imparcialidade do país como mediador. Já o presidente Trump avaliou como incerto o momento ideal para enviar tropas americanas à Ucrânia e defendeu manter em aberto a diplomacia — posição similar à de Zelensky, que insiste que o tempo para negociar ainda está em aberto.

Fonte: Washington Post, AP, Kyiv Independent

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