Após ataques dos EUA, TV estatal iraniana declara americanos como “alvos legítimos” na região

Após ataques dos EUA, TV estatal iraniana declara americanos como “alvos legítimos” na região
Austrália sanciona petroleiros fantasma russos

Nesta quarta-feira (18), a Austrália impôs pela primeira vez sanções diretas a 60 navios vinculados à chamada “shadow fleet” russa — uma rede clandestina de petroleiros usada para driblar sanções internacionais e financiar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. A ministra das Relações Exteriores australiana, Penny Wong, explicou que essas embarcações operam sob práticas enganosas: trocando bandeiras, desligando sistemas de rastreamento e navegando com seguros inadequados. Tais táticas viabilizam o transporte ilícito de petróleo russo, contornando restrições impostas pelo G7, União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. “Essas sanções reforçam o compromisso da Austrália em garantir que a Rússia, e aqueles que viabilizam sua invasão, enfrentem consequências“, declarou Penny Wong, reforçando a pressão para que Moscou encerre o conflito e retire suas tropas da Ucrânia. Foco específico nos navios da shadow fleet O governo australiano já aplicou mais de 1.400 sanções desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, mas este é o primeiro foco específico nos navios da shadow fleet. A medida permite às autoridades negar a entrada desses navios em portos australianos ou expulsá-los caso já estejam dentro de águas territoriais. A shadow fleet russa é formada por centenas de petroleiros antigos, operando geralmente sem seguro adequado ou certificações internacionais. Estudos do centro Kyiv School of Economics (KSE) apontam que, em abril de 2024, 83% do petróleo bruto e 46% dos produtos derivados exportados pela Rússia foram embarcados por esta frota, minando os efeitos das sanções como o teto de preço do petróleo de US$ 60 por barril. De 2022 a dezembro de 2023, a frota “fantasma” em cresceu de cerca de 600 para estimados 1.100–1.400 navios, com apenas 118 embarcações sancionadas por EUA, UE ou Reino Unido. O S&P Global classifica esse grupo como responsável por 17% da capacidade global de petroleiros em operação — cerca de 940 navios — com aumento de quase 60% em um ano. Além de minar sanções, a shadow fleet apresenta sérios riscos ambientais e de segurança, pois muitos navios têm mais de 20 anos e operam sem seguro adequado, aumentando a probabilidade de acidentes, vazamentos e colapsos estruturais. A Organização Marítima Internacional destacou que esses navios operam fora dos padrões internacionais, tornando difíceis a interceptação e a fiscalização . A ação australiana acompanha medidas similares de países como Reino Unido, Canadá e UE, que vêm sancionando navios do shadow fleet em pacotes recentes — o Reino Unido adicionou 20 petroleiros em sua última rodada, e a UE sancionou quase 200 em maio, com um 18º pacote em discussão. Com a imposição das sanções, a Austrália reforça seu apoio à soberania da Ucrânia e à necessidade de cortar fontes de financiamento da máquina de guerra russa. O país exige que Moscou encerre imediatamente o conflito e inicie negociações significativas. “Continuaremos com ações coordenadas e decisivas para proteger a Ucrânia e atrapalhar a capacidade russa de sustentar sua agressão“, disse Penny Wong. Enquanto isso, analistas enviam alerta: os preços do petróleo podem subir e refinadores asiáticos, como os da Índia e China, enfrentarão reajustes no custo da cotação do barril em razão da limitação da shadow fleet. Ademais, potenciais desastres marítimos tornam-se mais prováveis dada a idade e a falta de manutenção dessas embarcações — um custo extra que poderá impactar populações e governos costeiros. A ação da Austrália representa um passo relevante no esforço conjunto do Ocidente para complicar o esquema de evasão de sanções russas. No entanto, sua eficácia dependerá tanto da capacidade de monitoramento global quanto da disposição de outros países em fechar brechas na implementação dessas medidas. Fontes: Kyiv Independent, S&P Global, Australia Foreign Minister
Ataque cirúrgico e tensão global: generais israelenses revelam bastidores da ofensiva contra o programa nuclear iraniano

Em uma entrevista exclusiva e contundente, os generais israelenses da reserva Yaakov Amidror e Amikam Norkin ofereceram uma rara visão dos bastidores da operação militar de Israel contra o programa nuclear iraniano, deflagrada em 13 de junho de 2025. A ação, considerada uma das mais ousadas e complexas da história recente do país, teve como objetivo central impedir que o Irã alcançasse capacidade de fabricar uma arma nuclear – um temor antigo de Tel Aviv que se tornou, segundo os generais, uma ameaça iminente. Amidror, ex-major-general e ex-conselheiro de segurança nacional de Israel, relembrou que os serviços de inteligência monitoram o avanço nuclear iraniano desde 1994. “Durante 30 anos, usamos sabotagens, ciberataques e pressão internacional. Mas agora entendemos que os iranianos chegaram a um ponto em que, se não forem imediatamente interrompidos, obterão capacidade nuclear militar“, alertou. Segundo ele, o tempo para negociações se esgotara, forçando Israel a agir diretamente. A operação de junho faz parte de uma estratégia de dois eixos: O primeiro consiste em desmantelar o chamado “anel de fogo” formado por proxies iranianos, como o Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza, que cercam Israel e representam uma ameaça constante. O segundo pilar foca diretamente no coração do programa nuclear iraniano, targeting instalações críticas e eliminando figuras-chave, como cientistas e líderes militares. A operação de junho de 2025 representou um marco significativo nesse segundo pilar. Ao enfraquecer a influência dos proxies iranianos ao longo dos anos, Israel conseguiu direcionar seus recursos militares e de inteligência para neutralizar a ameaça nuclear de maneira mais eficaz. Essa segunda frente ganhou protagonismo na ação do dia 13, quando uma ofensiva aérea coordenada atingiu alvos críticos em cidades como Natanz, Isfahan, Arak e Teerã. Segundo Norkin, ex-comandante da Força Aérea Israelense, os ataques começaram à meia-noite, com a destruição dos sistemas de defesa antiaérea iranianos, incluindo os poderosos S-400 e S-300. Com o espaço aéreo liberado, as aeronaves israelenses bombardearam instalações nucleares estratégicas, centros de comando militar e residências de cientistas ligados ao programa. O Mossad teve papel crucial na identificação de alvos prioritários e na logística da operação. “Apesar do enorme sucesso nas primeiras 12 horas, estamos apenas no início. Levará semanas para entender completamente o que aconteceu“, explicou Norkin, ressaltando a magnitude da missão e a necessidade de acompanhamento constante das consequências. A resposta iraniana A resposta iraniana não tardou. Nas 48 horas seguintes, Teerã lançou uma série de ataques retaliatórios com mísseis e drones, que atingiram o norte e o centro de Israel, causando baixas civis e aumentando a tensão interna. O clima na região se deteriorou rapidamente, com receios de uma escalada que envolva atores regionais e potências internacionais. As reações globais foram mistas. Enquanto países como os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha manifestaram apoio à ação israelense, classificando-a como “preventiva” e “legítima”, outras nações – entre elas Rússia, Turquia e China – condenaram o ataque, acusando Israel de agravar o conflito e violar a soberania iraniana. O presidente norte-americano alertou que, sem uma intervenção militar, o Irã poderia adquirir uma arma nuclear em semanas ou meses, enfatizando a urgência da situação e defendendo uma solução diplomática imediata para evitar um colapso regional. Um novo capítulo A operação de junho representa um divisor de águas na já tensa relação entre Tel Aviv e Teerã. Embora o objetivo tático – retardar o avanço nuclear iraniano – tenha sido alcançado, o impacto estratégico a longo prazo permanece incerto. O temor de uma guerra aberta no Oriente Médio cresceu, assim como a pressão sobre a comunidade internacional para mediar o conflito antes que ele se transforme em uma crise de proporções globais. Para Amidror, a operação mostrou que Israel está disposto a correr riscos significativos para proteger sua segurança existencial. Já Norkin reforçou que a vigilância deve continuar e que o “preço da inação teria sido muito mais alto“. A entrevista com os dois generais revela não apenas o pensamento estratégico por trás da ação, mas também a complexidade do cenário atual. Entre o realismo militar e os apelos à diplomacia, o mundo observa apreensivo os próximos capítulos de um conflito que, mais do que nunca, ultrapassa fronteiras nacionais e redefine os contornos da segurança internacional.
EUA atacam usinas nucleares do Irã: bomba GBU-57 entra em ação e guerra escala no Oriente Médio

Durante a madrugada, os Estados Unidos realizaram ataques aéreos coordenados junto com Israel, atingindo as três principais instalações nucleares do Irã — Natanz, Esfahan e Fordow — em um ataque que marca a entrada direta norte-americana no conflito com Teerã. O presidente Donald Trump declarou que os alvos foram “obliterados” por bombardeiros B‑2 e mísseis Tomahawk equipados com bombas antincrustantes, incluindo a poderosa GBU‑57 empregada especificamente contra a fortificada usina subterrânea de Fordow. A guerra entre Israel e Irã chega ao décimo dia de hostilidades consecutivas, que começaram em 13 de junho, com Israel alegando que o programa atômico iraniano estava a apenas semanas de alcançar capacidade militar . De acordo com Trump, os ataques americanamente coordenados com Israel causaram danos estruturais significativos às centrais nucleares, mas o Irã afirmou que o impacto foi limitado, já que conseguiram remover materiais sensíveis antes das bombardeios . Fontes militares informam que os bombardeiros B‑2 dispararam bombas gigantescas contra Fordow — a única instalação subterrânea projetada para resistir a ataques convencionais — e lançaram mísseis Tomahawk contra Natanz e Esfahan. A comunidade internacional reagiu com preocupação. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou sobre o perigo de ataques a centrais nucleares e disse que o bombardeio de áreas como Fordow pode gerar liberação radioativa, representando risco tanto interno quanto transfronteiriço. No terreno, o Irã retaliou com uma nova onda de ataques com mísseis balísticos e drones suicidas contra alvos israelenses. Ao menos onze pessoas ficaram feridas em Tel Aviv e Jerusalém, com sirenes disparando durante a madrugada. A mídia iraniana reportou mais de 400 mortos e mais de 3.000 feridos apenas em consequência dos ataques israelenses, mantendo a narrativa de injustiça e agressão externa . O Irã descartou qualquer negociação sobre seu programa nuclear enquanto os bombardeios prosseguissem. O presidente Masoud Pezeshkian afirmou ainda que a atividade nuclear continuaria “sob quaisquer circunstâncias”. Trump havia inicialmente dado um prazo de 14 dias para decidir qual seria a ação norte-americana contra o Irã, e na sexta-feira (19), os EUA iniciaram movimentações de bombardeiros B-2 em direção a bases no Oceano Índico como uma demonstração de força. O ataque desta noite gerou atenção global: alguns legisladores norte-americanos questionam a legalidade de ataques sem autorização do Congresso. Recursos como petróleo sofreram impactos no mercado, aumentando o nervosismo econômico. No espaço diplomático, grupos como ONU, França, Turquia e países árabes cobram cessar-fogo e prudência para evitar um conflito regional mais amplo. Com o conflito entrando em uma nova fase, a intervenção americana ao lado de Israel representa um marco histórico. A ofensiva destruiu parcialmente o coração do programa nuclear iraniano, mas acendeu novo ciclo de agressões e transforma o Oriente Médio em um caldeirão de tensões políticas, militares e humanitárias — cenário que pode definir os rumos geopolíticos das próximas décadas. Fontes: Reuters, Reuters, ArabNews
EUA atacam 3 bases nucleares do Irã: conheça o B-2, a aeronave envolvida no ataque

Durante este sábado (21), o trânsito de seis Bombardeiros B-2 dos EUA, entre Diego Garcia e uma base estratégica no Oceano Índico, despertou grande atenção, gerando especulação sobre a possibilidade de que ocorresse um ataque ao Irã. Aquilo que foi especulado durante o dia se confirmou agora a noite. O presidente Donald Trump comunicou na sua rede social: “𝐶𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑚𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑎𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒 𝑏𝑒𝑚-𝑠𝑢𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑎̀𝑠 𝑡𝑟𝑒̂𝑠 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑐̧𝑜̃𝑒𝑠 𝑛𝑢𝑐𝑙𝑒𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑛𝑜 𝐼𝑟𝑎̃, 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜 𝐹𝑜𝑟𝑑𝑜𝑤, 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑛𝑧 𝑒 𝐸𝑠𝑓𝑎ℎ𝑎𝑛. 𝑇𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑎𝑣𝑖𝑜̃𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎̃𝑜 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑎𝑐̧𝑜 𝑎𝑒́𝑟𝑒𝑜 𝑖𝑟𝑎𝑛𝑖𝑎𝑛𝑜. 𝑈𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐵𝑂𝑀𝐵𝐴𝑆 𝑓𝑜𝑖 𝑙𝑎𝑛𝑐̧𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙, 𝐹𝑜𝑟𝑑𝑜𝑤. 𝑇𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑎𝑣𝑖𝑜̃𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎̃𝑜 𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛𝑐̧𝑎 𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑎. 𝑃𝑎𝑟𝑎𝑏𝑒́𝑛𝑠 𝑎𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒𝑠 𝑔𝑢𝑒𝑟𝑟𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑎𝑚𝑒𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜𝑠. 𝑁𝑎̃𝑜 ℎ𝑎́ 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑥𝑒́𝑟𝑐𝑖𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑢𝑑𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑡𝑒𝑟 𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑖𝑠𝑠𝑜. 𝐴𝐺𝑂𝑅𝐴 𝐸́ 𝐴 𝐻𝑂𝑅𝐴 𝐷𝐴 𝑃𝐴𝑍! 𝐴𝑔𝑟𝑎𝑑𝑒𝑐𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑎𝑡𝑒𝑛𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑢𝑛𝑡𝑜.” O B-2 Spirit é o principal vetor de lançamento da gigantesca bomba GBU-57A/B Massive Ordnance Penetrator (MOP), uma das armas mais avançadas em termos de capacidade de penetração e destruição de alvos profundamente enterrados. Recentemente, discussões em fóruns digitais e análises de especialistas destacaram a relevância dessa dupla no contexto das tensões entre Israel e Irã, especialmente em relação à infraestrutura nuclear iraniana. Leia mais: Fordow: o bunker nuclear iraniano que só uma super bomba americana pode destruir – Danuzio B-2 Spirit O bombardeiro B-2 Spirit, desenvolvido pelos Estados Unidos, é uma das aeronaves mais avançadas do mundo, com fortes características stealth (baixa probabilidade de detecção por sistemas de radar inimigos). Com um design de asa voadora e materiais compostos que absorvem radiação eletromagnética, o B-2 é pouco visível nos radares convencionais, permitindo-lhe penetrar defesas aéreas densas e atingir alvos em profundidade territorial. Sua autonomia de voo é impressionante, capaz de percorrer até 11.000 quilômetros sem reabastecimento, tornando-o ideal para missões de longo alcance. Entretanto, quando ele transporta cargas pesadas, seu alcance pode diminuir drasticamente, exigindo o apoio de aeronaves de REVO (reabastecimento em voo), como os KC-135 Stratotanker, KC-10 Extender e KC-46 Pegasus. GBU-57 A GBU-57A/B, por sua vez, é uma bomba de precisão projetada para ser “bunker buster“, ou seja, destruir bunkers e instalações nucleares profundamente enterradas. Com um peso de aproximadamente 13.600 kg, ela é capaz de perfurar até 60 metros de concreto de alta resistência antes de detonar. Sua precisão é garantida por um sistema de orientação avançado, que permite atingir alvos específicos com mínima margem de erro. Essa característica a torna uma ferramenta estratégica crucial em operações militares contra instalações subterrâneas, como as instalações nucleares iranianas, localizadas a profundidades que desafiam armas convencionais. Relevância na guerra entre Irã e Israel O contexto geopolítico em que essa tecnologia emerge é marcado por tensões regionais intensas. Recentemente, Israel realizou uma série de ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas, em ações necessárias para neutralizar ameaças à sua segurança nacional. A eficácia da combinação do B-2 com a GBU-57A/B nesse tipo de operação é amplamente debatida. Embora a capacidade de penetração da bomba seja impressionante, há questionamentos sobre sua habilidade de destruir alvos localizados a profundidades extremas, como as instalações de Fordow e Natanz, que podem estar a mais de 80 metros abaixo da superfície. O B-2, ao carregar até duas unidades da GBU-57A/B, amplia significativamente o alcance e a precisão dessas operações. Países que possuem tais tecnologias adquirem uma vantagem estratégica significativa, capaz de influenciar não apenas operações militares, mas também negociações diplomáticas. A mera existência de tal armamento, combinada com a capacidade de lançá-lo com o B-2 em qualquer ponto do globo, serve como um poderoso elemento dissuasório, alterando o cálculo de riscos por parte de potenciais adversários. Além disso, a integração entre o B-2 e a GBU-57A/B reforça a superioridade tecnológica dos Estados Unidos no domínio aéreo. O B-2 é capaz de voar longas distâncias sem ser detectado, carregar cargas pesadas e operar em condições adversas, enquanto a GBU-57A/B proporciona a capacidade de destruir alvos que seriam inatingíveis por outros meios. Essa sinergia é particularmente relevante em cenários onde a distância e a defesa antiaérea representam desafios significativos, como no caso de operações contra o Irã a partir de Diego Garcia, a mais de 3.500 quilômetros de distância. No entanto, o uso dessa tecnologia não está isento de controvérsias. Críticos argumentam que armas como a GBU-57A/B, lançadas por plataformas como o B-2, podem escalar conflitos regionais, aumentando a probabilidade de respostas retaliatórias e prolongando ciclos de violência. A discussão sobre o B-2 e a GBU-57A/B também reflete um padrão mais amplo na geopolítica contemporânea: a militarização da tecnologia e sua influência nas relações internacionais. Países como a Turquia, mencionados em análises recentes, também estão desenvolvendo suas próprias versões de “bunker busters” e plataformas stealth, indicando uma tendência global de proliferação de tecnologias de alta precisão. Essa proliferação pode alterar o equilíbrio de poder em regiões instáveis, como o Oriente Médio, onde a posse de armas avançadas frequentemente se traduz em maior influência política e militar. A combinação do bombardeiro B-2 Spirit com a bomba GBU-57A/B Massive Ordnance Penetrator representa um marco na evolução da tecnologia militar, com implicações profundas para a geopolítica global. Sua capacidade de destruir alvos profundamente enterrados, combinada com a invisibilidade e alcance global do B-2, a torna uma ferramenta estratégica crucial, mas também um elemento de tensão em um mundo já marcado por conflitos regionais e rivalidades nucleares. À medida que a tecnologia continua a avançar, é imperativo que líderes globais e especialistas em segurança nacional considerem não apenas as capacidades táticas dessas armas, mas também suas consequências estratégicas e éticas. O futuro da estabilidade global dependerá, em grande parte, da forma como essas tecnologias são empregadas e reguladas. ATUALIZAÇÕES: Israelenses estimam que Natanz foi completamente destruída, e aguardam confirmação sobre Fordow e Isfahan. Acredita-se que o urânio enriquecido estava em Natanz e Isfahan, e que a grande maioria dele não foi retirada dos locais, estando, portanto, presente no momento do ataque. Se o urânio não foi destruído — o programa nuclear retrocedeu anos. Se foi destruído — o programa nuclear foi, em termos práticos, eliminado.
Terremoto de 5,1 graus atinge usina nuclear de Fordow e reacende temores no Irã

Na última sexta-feira à noite, um terremoto de magnitude 5,1 sacudiu o norte do Irã, com epicentro a cerca de 36 km a sudoeste de Semnan, atingindo profundamente regiões sensíveis como Qom e o vilarejo de Fordo, onde está localizada a usina de enriquecimento nuclear Fordow. O abalo, com profundidade de aproximadamente 10 km, foi sentido em Teerã e cidades vizinhas, provocando apreensão entre autoridades e moradores. Imediatamente, surgiram especulações sobre uma possível ligação entre o tremor e ações militares israelenses ou até testes nucleares iranianos, uma vez que Fordow já esteve sob ataques aéreos no recente conflito com Israel. Contudo, especialistas sísmicos descartam essas teorias, apontando que o Irã está localizado na falha alpina-himalaia, uma das mais ativas do mundo. Entre 2006 e 2015, o país registrou cerca de 96.000 tremores — média de mais de 2.000 por ano, dos quais 15 a 16 com magnitude superior a 5. As análises de agências como o USGS confirmam que segmentos de falhas naturais foram responsáveis pelo tremor. Ao contrário de explosões subterrâneas, os eventos sísmicos naturais geram ondas do tipo P e S, padrão detectado neste caso, reforçando sua origem tectônica. Nenhum dano em estruturas foi relatado, e as autoridades nucleares iranianas afirmam que Fordow e outras instalações permanecem intactas. A usina de Fordow, construída sob mais de 80 metros de rocha e reforçada com concreto, além de sistemas antiaéreos S‑300, resiste a ataques convencionais e a fenômenos naturais — fato reconhecido pela AIEA após inspeções políticas. Seu principal objetivo é garantir o enriquecimento de urânio em níveis civis, mas a proximidade à pureza militar levanta debates sobre riscos estratégicos. Esse tremor serve como um lembrete potente de que nem toda crise no local decorre de ações beligerantes ou nucleares. Em vez disso, é a tensão constante na região sísmica do Irã que representa uma ameaça real à comunidade e à infraestrutura crítica, incluindo Fordow. O episódio também destaca os desafios enfrentados pelos especialistas e diplomatas ao separar causas naturais de implicações políticas, especialmente em um contexto já altamente tensionado. Fontes: New York Times, Anadolu, India Today
Ex-chefe do Mossad analisa a guerra entre Irã e Israel

Em 13 de junho de 2025, o Oriente Médio foi sacudido por uma nova e grave escalada: Israel lançou ataques surpresa contra instalações militares e nucleares do Irã, desencadeando a primeira guerra direta entre os dois estados. Este conflito, que já entra em sua segunda semana, marca um ponto de inflexão na geopolítica regional, com implicações profundas para a segurança global e o equilíbrio de poder. A análise de Zohar Palti, ex-chefe da Diretoria de Inteligência do Mossad, oferece uma perspectiva estratégica sobre o conflito, enquanto os desdobramentos recentes revelam a complexidade de um embate que combina avanços tecnológicos militares com tensões diplomáticas internacionais. O início do conflito pegou o mundo de surpresa. Israel, que historicamente enfrentou grupos não estatais como Hamas e Hezbollah, agora se confronta com um adversário de escala estatal: o Irã, com seus 90 milhões de habitantes, um território 70 vezes maior que o de Israel e dois exércitos – as forças regulares e o poderoso Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos. Os ataques iniciais de Israel incluíram bombardeios a instalações nucleares, assassinatos de líderes militares e cientistas iranianos e a destruição de sistemas de defesa antiaérea. O Irã retaliou com mísseis contra alvos militares e cidades israelenses, intensificando o confronto. Até o momento, centenas de vidas foram perdidas, com relatos de significativos danos materiais em ambos os lados. Luz à complexidade do conflito Zohar Palti, uma figura de peso no establishment de segurança israelense, trouxe luz à complexidade do conflito em uma entrevista recente. Com décadas de experiência em inteligência e defesa, ele destacou a façanha da Força Aérea Israelense, que, em apenas 36 a 48 horas, neutralizou as defesas aéreas iranianas e dominou os céus a 1.500 quilômetros de distância. Essa capacidade, segundo Palti, superou até mesmo os cenários mais otimistas discutidos internamente em Israel. No entanto, ele alertou que o sucesso militar inicial não garante uma vitória estratégica. O Irã, com sua resiliência forjada por décadas de sanções e um programa nuclear de 40 anos, é um adversário persistente e capaz de sustentar um conflito prolongado. Palti também enfatizou a necessidade de Israel definir claramente seus objetivos. Embora os ataques tenham demonstrado a capacidade de atingir alvos estratégicos, como as instalações nucleares de Natanz e Isfahan, avaliar o impacto real nesses programas levará tempo. Ele questionou se prolongar o conflito traria benefícios proporcionais aos custos e defendeu a coordenação com potências internacionais, como Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido, para negociar um cessar-fogo. Para ele, o Irã também precisará aceitar condições para encerrar as hostilidades, o que torna o caminho diplomático tão desafiador quanto o militar. Os desdobramentos recentes mostram que o conflito está longe de uma resolução. Israel continuou a atacar alvos nucleares e eliminou figuras-chave do comando militar iraniano, enquanto o Irã intensificou seus ataques com mísseis, atingindo até mesmo um hospital em Beersheba. O envolvimento de atores externos, como os Estados Unidos, que auxiliam Israel na defesa antimísseis, e os Houthis no Iêmen, que lançaram ataques contra Israel, sugere que o conflito pode se expandir. Tentativas diplomáticas, como encontros em Genebra, não conseguiram avançar, e a posição de líderes globais, incluindo o presidente dos EUA, indica que uma decisão sobre maior envolvimento pode demorar semanas. Capacidades militares Do ponto de vista tecnológico, o conflito expõe o estado da arte das capacidades militares. A precisão e o alcance das operações aéreas israelenses, combinados com inteligência avançada e logística de reabastecimento em voo, mostram como a tecnologia molda a guerra moderna. Por outro lado, a capacidade do Irã de retaliar, mesmo sob pressão, reflete sua indústria militar autossuficiente, desenvolvida para resistir a sanções. Esses elementos sublinham um paradoxo: enquanto a superioridade tecnológica pode garantir vitórias táticas, a resiliência estratégica de um adversário como o Irã desafia soluções puramente militares. Geopoliticamente, o conflito reacende debates sobre a proliferação nuclear. Israel vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça existencial e busca seu desmantelamento completo, enquanto o Irã defende seu direito a um programa nuclear pacífico, rejeitando limitações sob coerção. Esse impasse não apenas alimenta o confronto atual, mas também influencia políticas globais de não proliferação. Além disso, o envolvimento de potências regionais e globais sugere que o conflito pode redefinir alianças e equilíbrios de poder no Oriente Médio, com ramificações que vão desde o fornecimento de energia até a estabilidade de estados vizinhos. Incerteza O cenário atual é de incerteza. Enquanto Israel mantém a iniciativa militar, o custo humano e econômico do conflito cresce. No Irã, a destruição de infraestrutura e as perdas humanas alimentam a pressão interna, mas também reforçam a narrativa de resistência contra agressões externas. A ausência de um horizonte claro para o fim das hostilidades, combinada com a relutância de ambos os lados em ceder, sugere que o conflito pode se prolongar ou escalar ainda mais. Este momento histórico exige uma reflexão cuidadosa sobre as dinâmicas de poder e tecnologia no Oriente Médio. A guerra Israel-Irã não é apenas um confronto entre dois estados, mas um teste para a capacidade da comunidade internacional de gerenciar crises que combinam rivalidades históricas, ambições nucleares e avanços militares. A análise de Palti serve como um lembrete de que, mesmo em meio a vitórias táticas impressionantes, a estratégia de longo prazo e a diplomacia serão decisivas para determinar o futuro da região. À medida que o mundo acompanha os próximos passos, fica evidente que o conflito de 2025 não será resolvido apenas nos campos de batalha. Ele desafia líderes globais a encontrar um equilíbrio entre pressão militar, sanções econômicas e diálogo, em um esforço para evitar uma escalada que poderia desestabilizar não apenas o Oriente Médio, mas o sistema internacional como um todo. Por ora, o conflito segue como um lembrete da fragilidade da paz em uma região marcada por tensões profundas e da necessidade de abordagens que transcendam a força bruta para alcançar estabilidade duradoura.
Fordow: o bunker nuclear iraniano que só uma super bomba americana pode destruir

A usina de Fordow, oficialmente conhecida como Fordow Fuel Enrichment Plant, localizada próxima à cidade sagrada de Qom, no Irã, tornou-se o centro das atenções na atual escalada militar entre Israel, Estados Unidos e Irã. Enterrada sob cerca de 80 metros de rocha sólida e protegida por concreto reforçado, a instalação é considerada praticamente impenetrável por ataques aéreos convencionais. Seu nível de fortificação é tal que apenas uma arma específica no arsenal americano é tida como capaz de causar danos estruturais significativos: a bomba GBU-57, conhecida como MOP (Massive Ordnance Penetrator). Desde que se tornou operacional em 2011, Fordow tem sido uma das instalações nucleares mais sensíveis do Irã. Embora oficialmente destinada a fins civis, como o enriquecimento de urânio para uso energético e médico, o nível de enriquecimento observado por inspetores internacionais chegou a ultrapassar os 83%, patamar próximo ao necessário para armamento nuclear. O complexo abriga milhares de centrífugas IR-1 e IR-6 e é considerado um dos ativos mais estratégicos do programa atômico iraniano. Em meio à atual campanha aérea israelense, diversas instalações nucleares iranianas, como Natanz, Esfahan e Arak, foram atingidas, mas Fordow permaneceu intocada em sua parte subterrânea, justamente por sua arquitetura profundamente reforçada. A bomba GBU-57 representa a única alternativa real para um ataque convencional eficaz. Com 13,6 toneladas e capacidade de perfurar até 60 metros de concreto armado, essa arma foi desenvolvida justamente para alvos como Fordow. Ela só pode ser lançada por bombardeiros furtivos B-2 Spirit, aeronaves exclusivas da Força Aérea dos Estados Unidos, o que limita sua utilização apenas ao governo norte-americano. Fontes do Pentágono indicam que seriam necessárias ao menos duas bombas lançadas com precisão extrema para causar colapso estrutural da instalação, mas há dúvidas entre especialistas sobre se mesmo isso seria suficiente, devido à geologia da região e à disposição interna do complexo. Israel, que não possui a GBU-57 nem bombardeiros B-2, pressiona Washington a intervir diretamente. O presidente Donald Trump estabeleceu um prazo de duas semanas para tomar uma decisão sobre uma ação militar direta. Paralelamente, ele indicou que pode retomar negociações com Teerã, desde que o Irã interrompa o enriquecimento de urânio e aceite novas inspeções. A utilização da GBU-57 também levanta questões éticas e diplomáticas. Embora seja uma arma convencional, sua força destrutiva é próxima à de armas táticas de baixo rendimento. Especialistas alertam que um ataque direto à Fordow poderia não apenas provocar uma resposta militar iraniana, mas também comprometer permanentemente as chances de negociação diplomática. Além disso, atingir um alvo tão próximo à cidade sagrada de Qom envolveria riscos geopolíticos imprevisíveis, incluindo reações do mundo islâmico. Mesmo que o ataque fosse bem-sucedido, retardaria o programa nuclear iraniano por meses, mas não o eliminaria. O conhecimento científico já adquirido e a existência de outras instalações permitiriam ao Irã retomar rapidamente suas atividades. Diante desse cenário, diplomatas europeus e atores regionais tentam mediar um novo canal de diálogo, na tentativa de conter uma escalada que pode rapidamente ultrapassar os limites da guerra convencional. Fordow simboliza hoje mais do que um alvo militar: é o epicentro de uma disputa entre diplomacia, tecnologia e o risco iminente de um confronto total. Fontes: CNN, DW
Putin se dispõe a encontrar com Zelensky, mas impõe condições rígidas

O presidente russo Vladimir Putin declarou nesta quinta-feira (19), durante debate no Fórum Econômico de São Petersburgo, que está disposto a se reunir com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky — mas somente na “fase final” de um eventual acordo de paz. Putin condicionou qualquer avanço a limites drásticos impostos à Ucrânia: neutralidade, renúncia à adesão à OTAN, ceder cinco regiões (incluindo áreas ainda sob controle ucraniano), reduzir seu exército e suspender o recebimento de armamentos ocidentais. Essa oferta ocorre quase simultaneamente ao mais recente ataque aéreo russo sobre Kiev, no qual pelo menos 28 civis morreram e 130 ficaram feridos após uma série de mísseis que atingiram áreas residenciais. Zelensky, por sua vez, exigiu que a comunidade internacional pressione Moscou por um cessar-fogo e responsabilize formalmente a Rússia pelos danos infligidos à população civil. O cerco diplomático se reforçou nas últimas semanas. A proposta de um cessar‑fogo de 30 dias, apresentada pelos EUA em março, foi aceita pela Ucrânia, mas rejeitada por Moscou há cerca de 100 dias, de acordo com o ministro ucraniano Andrii Sybiha. Desde então, a Rússia continua bombardeando alvos civis e militares com mísseis e drones em larga escala. O saldo desse ataque contínuo inclui a morte de ao menos um cidadão americano em Kiev e diversos prédios residenciais em colapso, incluindo um edifício de nove andares atingido pela manhã de terça-feira, que registrou 23 mortes só nesse incidente. Como resposta, países como o Reino Unido e o Canadá impuseram recentemente novas sanções adicionais ao setor de defesa russo e reafirmaram pacotes de ajuda militar à Ucrânia. Putin também alertou a Alemanha para a possibilidade de retaliação caso Berlim forneça mísseis Taurus à Ucrânia, questionando a imparcialidade do país como mediador. Já o presidente Trump avaliou como incerto o momento ideal para enviar tropas americanas à Ucrânia e defendeu manter em aberto a diplomacia — posição similar à de Zelensky, que insiste que o tempo para negociar ainda está em aberto. Fonte: Washington Post, AP, Kyiv Independent
Irã ameaça os EUA, mas sinaliza abertura para diálogo em meio à guerra com Israel

Em meio à intensificação do conflito com Israel, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou publicamente qualquer negociação com os Estados Unidos, alertando que uma ofensiva americana contra o país resultaria em “danos irreparáveis” para Washington. A declaração foi feita em um pronunciamento televisionado nesta quarta-feira (18), transmitido de um local não revelado por razões de segurança. Apesar do tom contundente de Khamenei, uma autoridade sênior do Ministério das Relações Exteriores iraniano — que preferiu manter o anonimato — afirmou que o Irã estaria disposto a aceitar a proposta do presidente Donald Trump de iniciar negociações em breve. Segundo a fonte, o chanceler iraniano Abbas Araghchi estaria preparado para se reunir com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, ou até mesmo com o vice-presidente JD Vance. O objetivo principal seria discutir um cessar-fogo com Israel e as preocupações internacionais sobre o programa nuclear iraniano. Araghchi já havia sinalizado nos últimos dias que o Irã estaria aberto à diplomacia caso Israel suspendesse seus ataques. Para o diplomata, bastaria um telefonema de Trump ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para encerrar o conflito. Historicamente, os contatos diretos entre altos representantes dos dois países são raríssimos desde a Revolução Islâmica de 1979. No entanto, antes da recente explosão de hostilidades, Estados Unidos e Irã conduziam conversas indiretas, mediadas por Omã, em busca de um acordo sobre o programa nuclear iraniano. As tratativas foram interrompidas abruptamente após o início dos bombardeios israelenses em território iraniano na última sexta-feira. Desde então, Netanyahu tem pressionado Trump a participar diretamente do conflito e autorizar ataques aos complexos nucleares subterrâneos do Irã. Trump chegou a cogitar publicamente a possibilidade de bombardear o país e até de ordenar o assassinato do aiatolá Khamenei, embora tenha afirmado ainda não ter tomado uma decisão definitiva. Ele também deixou aberta a porta para a diplomacia. Enquanto isso, cresce a mobilização internacional para evitar uma escalada regional. Líderes da Europa, Turquia e países árabes intensificaram os contatos com Teerã e Washington. Logo após o início dos bombardeios israelenses a instalações nucleares iranianas, o embaixador do país na ONU solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, que foi realizada na sexta-feira (16). Durante a sessão, o representante iraniano condenou o “uso ilegal da força” contra o Irã e pediu que os países-membro reconheçam a operação de Israel “como agressão” e impeçam “mais agressão, incluindo qualquer envolvimento de potências externas”. Apesar das declarações oficiais que minimizam os impactos da guerra, a realidade nas ruas do Irã é caótica: milhares fogem das grandes cidades e enfrentam escassez de alimentos, água potável e abrigo seguro. Fontes: New York Times, Newsweek e ONU