Os mercados ao redor do mundo mostraram reação imediata à ofensiva militar dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas no último fim de semana. A ação, considerada a maior intervenção militar ocidental contra Teerã desde 1979, provocou crescimento acentuado no preço do petróleo, queda na maioria das bolsas asiáticas e fortalecimento do dólar, já que investidores buscaram ativos seguros.
Na Ásia, os principais índices acionários recuaram cerca de 1%. O MSCI Asia ex-Japan caiu mais de 1%, com o Nikkei, Kospi e Taiex também registrando perdas, impulsionados por temores sobre interrupções no fornecimento de petróleo via Estreito de Ormuz. Na Índia, os índices Nifty 50 e BSE Sensex caíram 0,9%, afetados pelo aumento do petróleo a níveis recordes de cinco meses — prejudicando expectativas inflacionárias e reduzindo o apetite por ações.
Os preços do petróleo subiram expressivamente. O Brent atingiu US$ 78,5 por barril, enquanto o WTI chegou a US$ 75,4 antes de recuar levemente, ecoando os temores de que um conflito mais intenso poderia interromper até 20% das exportações globais via Hormuz. A Goldman Sachs estimou uma alta potencial de até 30% nos preços em caso de cortes mais prolongados na região.
Nos EUA, os contratos futuros de ações recuaram de forma moderada, refletindo um sentimento cauteloso. Warren Spindel, da Potomac River Capital, destacou que “a incerteza vai envolver os mercados, especialmente o petróleo”, e que agora “americanos em todos os lugares estarão expostos“. A volatilidade também atingiu o mercado de criptomoedas, com o Ethereum caindo 5% e o Bitcoin recuando cerca de 1%.
Em contraste, ações de empresas de defesa na Ásia, como Japão e Coreia do Sul, registraram modestos ganhos, já que investidores antecipam aumento dos gastos militares regionais.
Analistas destacaram que, embora os mercados tenham reagido com cautela, a tendência ainda é esperar por um maior desdobramento do conflito. Alguns acreditam que, se o ataque limitar o programa nuclear iraniano, a escalada de longo prazo poderá ser mais contida.
A incerteza foi ressaltada por Charu Chanana, estrategista da Saxo: “Mercados podem estar reagindo à perspectiva de redução da incerteza de longo prazo, mas qualquer movimento iraniano pode mudar rapidamente a percepção de risco e forçar uma reprecificação“.
Os investidores agora acompanham atentamente sinais de retaliação do Irã, movimentos diplomáticos, como solicitações a parceiros globais para evitar o fechamento do Estreito de Ormuz, e discursos do presidente Trump sobre futuras ações militares ou negociações.
Fontes: Reuters, Reuters, Bloomberg