Trégua em meio à tensão: EUA medeiam cessar-fogo e Rússia fala em armas nucleares ao Irã

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O ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, declarou que “vários países estão prontos para fornecer diretamente ao Irã suas armas nucleares“, em resposta aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas.

A declaração foi publicada no domingo (22), no canal oficial de Medvedev no Telegram, poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que forças americanas haviam realizado ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas em Fordow, Natanz e Isfahan.

No entanto, na noite desta segunda-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que Israel e Irã chegaram a um acordo de cessar-fogo, que entrará em vigor às 7h, no horário local de Israel. Ambos governos confirmaram a informação. Mais um aspecto da sua atuação diplomática atráves a força.

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Segundo o governo norte-americano, os ataques foram motivados por informações de inteligência que indicavam aceleração no enriquecimento de urânio e no fortalecimento dessas instalações, reacendendo preocupações sobre um possível avanço no desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã. Além disso, Teerã foi acusada de fornecer apoio logístico e militar a grupos como o Hezbollah e os Houthis, responsáveis por intensificar ataques contra aliados de Israel e alvos ocidentais na região.

A ação também foi interpretada como uma tentativa do governo Trump de reafirmar sua postura de firmeza em política externa, especialmente diante de críticas anteriores por hesitações em confrontos estratégicos.

Apesar do impacto simbólico dos bombardeios, Medvedev afirmou que os alvos sofreram “danos mínimos ou nenhum dano significativo” e que o enriquecimento de urânio no Irã e o possível desenvolvimento de armas nucleares provavelmente continuarão.

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Críticas aos EUA e apoio ao Irã

Medvedev acusou os Estados Unidos de estarem sendo “atraídos para um novo grande conflito“, desta vez com a possibilidade de uma operação terrestre no Oriente Médio, e afirmou que a liderança iraniana saiu fortalecida politicamente após os ataques.

As pessoas estão se consolidando em torno da liderança espiritual, até mesmo aqueles que antes não simpatizavam com ela“, afirmou.

O dirigente russo também criticou duramente o presidente Trump, acusando-o de contrariar sua própria imagem de “pacificador” ao iniciar mais uma guerra, e ironizou qualquer possibilidade de o norte-americano receber o Prêmio Nobel da Paz.

Especialistas questionam viabilidade e riscos

Medvedev declarou que “vários países estão prontos para fornecer armas nucleares ao Irã“, embora não tenha citado nomes. Analistas internacionais, considerando o contexto geopolítico e os históricos de cooperação militar, apontam Rússia, China, Coreia do Norte e, possivelmente, Paquistão como candidatos plausíveis. No entanto, especialistas consultados por veículos como a Business Insider e a Reuters consideram a transferência efetiva de ogivas altamente improvável, devido a limitações técnicas, logísticas e jurídicas, especialmente diante das restrições impostas pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Fonte: TRT Global

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