Após quase duas semanas de intensos bombardeios, Israel e Irã anunciaram nesta terça-feira (24) um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. O anúncio foi feito publicamente pelo ex-presidente Donald Trump, que confirmou a aceitação do acordo pelas duas partes. Mas, mesmo com o entendimento oficializado, a tensão na região seguiu alta.
Duas horas antes da entrada em vigor do cessar-fogo, o Irã lançou uma nova rodada de mísseis balísticos contra várias regiões de Israel. Sirenes soaram em cidades do centro do país, incluindo Tel Aviv, obrigando milhares de civis a buscarem proteção. Apesar da intensidade dos ataques, o sistema de defesa antimísseis israelense conseguiu interceptar a maioria dos projéteis, evitando um número maior de vítimas.
Não bastasse o ataque prévio, já com o cessar-fogo oficialmente em vigor, o Irã voltou a disparar mísseis, atingindo áreas no norte de Israel. Segundo o Exército israelense, novamente os sistemas de defesa conseguiram neutralizar a maior parte dos lançamentos, mas o incidente deixou claro que o acordo de cessar-fogo está longe de ser sólido.
Em resposta, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, foi direto: “O Irã já violou o cessar-fogo. Nossas forças estão autorizadas a responder com força total contra alvos iranianos, sejam militares ou estratégicos.”
Autoridades negaram oficialmente qualquer violação do acordo
Do lado iraniano, as autoridades negaram oficialmente qualquer violação do acordo. O porta-voz do governo, Abbas Araghchi, afirmou que os lançamentos ocorreram “dentro do direito de defesa enquanto as provocações israelenses continuarem”. O Irã também deixou claro que o fim completo dos ataques depende da suspensão das operações militares israelenses na região.
A comunidade internacional reagiu com preocupação. A União Europeia e a ONU apelaram pelo respeito imediato ao cessar-fogo, enquanto China e Rússia tentam intermediar um canal diplomático para estabilizar a situação. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, sugeriu que a trégua poderia abrir espaço para novas negociações nucleares com Teerã.
Mesmo com o anúncio da trégua, o clima na região segue tenso. A qualquer novo disparo, o risco de uma escalada maior continua real.
Fontes: The Guardian e Reuters