EUA atacam 3 bases nucleares do Irã: conheça o B-2, a aeronave envolvida no ataque

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Durante este sábado (21), o trânsito de seis Bombardeiros B-2 dos EUA, entre Diego Garcia e uma base estratégica no Oceano Índico, despertou grande atenção, gerando especulação sobre a possibilidade de que ocorresse um ataque ao Irã. Aquilo que foi especulado durante o dia se confirmou agora a noite. O presidente Donald Trump comunicou na sua rede social:

https://x.com/trump_repost/status/1936573226462945458

“𝐶𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑚𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑎𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒 𝑏𝑒𝑚-𝑠𝑢𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑎̀𝑠 𝑡𝑟𝑒̂𝑠 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑐̧𝑜̃𝑒𝑠 𝑛𝑢𝑐𝑙𝑒𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑛𝑜 𝐼𝑟𝑎̃, 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜 𝐹𝑜𝑟𝑑𝑜𝑤, 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑛𝑧 𝑒 𝐸𝑠𝑓𝑎ℎ𝑎𝑛. 𝑇𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑎𝑣𝑖𝑜̃𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎̃𝑜 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑎𝑐̧𝑜 𝑎𝑒́𝑟𝑒𝑜 𝑖𝑟𝑎𝑛𝑖𝑎𝑛𝑜. 𝑈𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐵𝑂𝑀𝐵𝐴𝑆 𝑓𝑜𝑖 𝑙𝑎𝑛𝑐̧𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙, 𝐹𝑜𝑟𝑑𝑜𝑤. 𝑇𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑎𝑣𝑖𝑜̃𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎̃𝑜 𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛𝑐̧𝑎 𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑎. 𝑃𝑎𝑟𝑎𝑏𝑒́𝑛𝑠 𝑎𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒𝑠 𝑔𝑢𝑒𝑟𝑟𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑎𝑚𝑒𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜𝑠. 𝑁𝑎̃𝑜 ℎ𝑎́ 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑥𝑒́𝑟𝑐𝑖𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑢𝑑𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑡𝑒𝑟 𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑖𝑠𝑠𝑜. 𝐴𝐺𝑂𝑅𝐴 𝐸́ 𝐴 𝐻𝑂𝑅𝐴 𝐷𝐴 𝑃𝐴𝑍! 𝐴𝑔𝑟𝑎𝑑𝑒𝑐𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑎𝑡𝑒𝑛𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑢𝑛𝑡𝑜.”

O B-2 Spirit é o principal vetor de lançamento da gigantesca bomba GBU-57A/B Massive Ordnance Penetrator (MOP), uma das armas mais avançadas em termos de capacidade de penetração e destruição de alvos profundamente enterrados. Recentemente, discussões em fóruns digitais e análises de especialistas destacaram a relevância dessa dupla no contexto das tensões entre Israel e Irã, especialmente em relação à infraestrutura nuclear iraniana.

Leia mais: Fordow: o bunker nuclear iraniano que só uma super bomba americana pode destruir – Danuzio

B-2 Spirit

O bombardeiro B-2 Spirit, desenvolvido pelos Estados Unidos, é uma das aeronaves mais avançadas do mundo, com fortes características stealth (baixa probabilidade de detecção por sistemas de radar inimigos). Com um design de asa voadora e materiais compostos que absorvem radiação eletromagnética, o B-2 é pouco visível nos radares convencionais, permitindo-lhe penetrar defesas aéreas densas e atingir alvos em profundidade territorial. Sua autonomia de voo é impressionante, capaz de percorrer até 11.000 quilômetros sem reabastecimento, tornando-o ideal para missões de longo alcance.

Entretanto, quando ele transporta cargas pesadas, seu alcance pode diminuir drasticamente, exigindo o apoio de aeronaves de REVO (reabastecimento em voo), como os KC-135 Stratotanker, KC-10 Extender e KC-46 Pegasus.

B-2 em REVO por um KC-10

GBU-57

A GBU-57A/B, por sua vez, é uma bomba de precisão projetada para ser “bunker buster“, ou seja, destruir bunkers e instalações nucleares profundamente enterradas. Com um peso de aproximadamente 13.600 kg, ela é capaz de perfurar até 60 metros de concreto de alta resistência antes de detonar. Sua precisão é garantida por um sistema de orientação avançado, que permite atingir alvos específicos com mínima margem de erro. Essa característica a torna uma ferramenta estratégica crucial em operações militares contra instalações subterrâneas, como as instalações nucleares iranianas, localizadas a profundidades que desafiam armas convencionais.

Relevância na guerra entre Irã e Israel

O contexto geopolítico em que essa tecnologia emerge é marcado por tensões regionais intensas. Recentemente, Israel realizou uma série de ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas, em ações necessárias para neutralizar ameaças à sua segurança nacional.

A eficácia da combinação do B-2 com a GBU-57A/B nesse tipo de operação é amplamente debatida. Embora a capacidade de penetração da bomba seja impressionante, há questionamentos sobre sua habilidade de destruir alvos localizados a profundidades extremas, como as instalações de Fordow e Natanz, que podem estar a mais de 80 metros abaixo da superfície. O B-2, ao carregar até duas unidades da GBU-57A/B, amplia significativamente o alcance e a precisão dessas operações.

Países que possuem tais tecnologias adquirem uma vantagem estratégica significativa, capaz de influenciar não apenas operações militares, mas também negociações diplomáticas. A mera existência de tal armamento, combinada com a capacidade de lançá-lo com o B-2 em qualquer ponto do globo, serve como um poderoso elemento dissuasório, alterando o cálculo de riscos por parte de potenciais adversários.

Além disso, a integração entre o B-2 e a GBU-57A/B reforça a superioridade tecnológica dos Estados Unidos no domínio aéreo. O B-2 é capaz de voar longas distâncias sem ser detectado, carregar cargas pesadas e operar em condições adversas, enquanto a GBU-57A/B proporciona a capacidade de destruir alvos que seriam inatingíveis por outros meios. Essa sinergia é particularmente relevante em cenários onde a distância e a defesa antiaérea representam desafios significativos, como no caso de operações contra o Irã a partir de Diego Garcia, a mais de 3.500 quilômetros de distância.

No entanto, o uso dessa tecnologia não está isento de controvérsias. Críticos argumentam que armas como a GBU-57A/B, lançadas por plataformas como o B-2, podem escalar conflitos regionais, aumentando a probabilidade de respostas retaliatórias e prolongando ciclos de violência.

A discussão sobre o B-2 e a GBU-57A/B também reflete um padrão mais amplo na geopolítica contemporânea: a militarização da tecnologia e sua influência nas relações internacionais. Países como a Turquia, mencionados em análises recentes, também estão desenvolvendo suas próprias versões de “bunker busters” e plataformas stealth, indicando uma tendência global de proliferação de tecnologias de alta precisão. Essa proliferação pode alterar o equilíbrio de poder em regiões instáveis, como o Oriente Médio, onde a posse de armas avançadas frequentemente se traduz em maior influência política e militar.

A combinação do bombardeiro B-2 Spirit com a bomba GBU-57A/B Massive Ordnance Penetrator representa um marco na evolução da tecnologia militar, com implicações profundas para a geopolítica global. Sua capacidade de destruir alvos profundamente enterrados, combinada com a invisibilidade e alcance global do B-2, a torna uma ferramenta estratégica crucial, mas também um elemento de tensão em um mundo já marcado por conflitos regionais e rivalidades nucleares. À medida que a tecnologia continua a avançar, é imperativo que líderes globais e especialistas em segurança nacional considerem não apenas as capacidades táticas dessas armas, mas também suas consequências estratégicas e éticas. O futuro da estabilidade global dependerá, em grande parte, da forma como essas tecnologias são empregadas e reguladas.

ATUALIZAÇÕES:

Uma nova imagem de satélite de Fordow, com maior definição, mostra 6 buracos, o que pode indicar que cada bombardeiro B-2 lançou o seu par de bombas exatamente sobre o mesmo ponto. A primeira para perfurar algumas dezenas de metros e a segunda para chegar às instalações, enterradas 90 metros debaixo da montanha. Aquela poeira cinza que se vê na foto, perto da saída dos seis buracos na montanha abertos pelas GBU-57, parece ser material de construção expelido pela força da explosão. Como essas bombas se detonam no interior de bunkers, não há outro lugar para a explosão e a onda de choque saírem, a não ser pelo buraco aberto pela bomba, resultando em um autêntico gêiser de fogo e detritos destruídos pela explosão e pela onda de choque. Esse fenômeno é muito comum nos ataques realizados por Israel contra os bunkers do Hamas e do Hezbollah: as bombas entram no solo e, segundos depois, sai do ponto de impacto um gêiser de fogo e detritos. Foi isso o que aconteceu em Fordow, só que em uma escala muito maior!

Israelenses estimam que Natanz foi completamente destruída, e aguardam confirmação sobre Fordow e Isfahan. Acredita-se que o urânio enriquecido estava em Natanz e Isfahan, e que a grande maioria dele não foi retirada dos locais, estando, portanto, presente no momento do ataque. Se o urânio não foi destruído — o programa nuclear retrocedeu anos. Se foi destruído — o programa nuclear foi, em termos práticos, eliminado.

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