Um ataque brutal ocorrido no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, em Moscou, na última terça-feira (24), gerou comoção internacional. Um bebê iraniano de 18 meses foi violentamente arremessado ao chão por um homem identificado como Vladimir Vitkov, de 31 anos, cidadão da Bielorrússia. A criança, que viajava com sua mãe grávida, ficou em estado grave e foi internada em coma, com fraturas no crânio e lesões na coluna.
O incidente, captado por câmeras de segurança, ocorreu momentos após a família desembarcar de um voo proveniente do Irã. Segundo autoridades russas, a mãe estava pegando o carrinho do bebê na esteira de bagagens quando Vitkov se aproximou repentinamente, agarrou a criança em seus braços e a lançou violentamente ao chão, sem qualquer interação prévia ou provocação.
A mãe da criança havia deixado o Irã poucos dias antes do ataque, fugindo de um cenário de crescente instabilidade e insegurança. O país vive uma escalada de tensões militares, com recentes bombardeios israelenses a instalações nucleares e o agravamento das relações com potências ocidentais.
Em meio ao caos, milhares de civis — especialmente mulheres grávidas e crianças — têm deixado o território em busca de refúgio. A mulher, grávida e com o bebê nos braços, desembarcava em Moscou tentando escapar da violência iminente e da deterioração das condições de vida em seu país de origem. A criança agredida foi encaminhada imediatamente ao hospital, onde permanece em coma. Apesar do estado grave, médicos indicam que, até o momento, não há sinais de danos cerebrais permanentes.
Segundo as autoridades russas, Vitkov havia retornado recentemente de uma viagem ao Egito e desembarcado em Moscou visivelmente alterado. Exames toxicológicos confirmaram a presença de cannabis e outras substâncias ilícitas em seu organismo, além de relatos de que teria consumido três garrafas de uísque e adquirido drogas antes do ataque. Ex-funcionário da construção civil, Vitkov foi demitido de um projeto de usina nuclear no exterior após reprovar em um exame toxicológico.
Durante o interrogatório, ele confessou ter agido com a intenção de matar o bebê, sem oferecer qualquer justificativa coerente para o ato. A polícia investiga a possibilidade de motivação racista ou de distúrbios mentais, especialmente diante do fato de que o agressor tem uma filha da mesma idade da vítima. Ele foi preso em flagrante no local e responde por tentativa de homicídio qualificado.
A defensora dos direitos da criança de Moscou, Olga Yaroshenko, classificou o agressor como um “monstro drogado‘ e exigiu punição exemplar. “Não podemos permitir que crimes de ódio ou atos de brutalidade covarde como esse fiquem impunes. Trata-se de um atentado contra a vida de um inocente e contra os valores humanitários básicos”, declarou.
Organizações de direitos humanos no Irã e em outros países condenaram o ataque e cobraram maior proteção a refugiados e famílias em situação de vulnerabilidade em território russo. Diplomatas iranianos em Moscou também acompanham o caso de perto, mas até o momento não emitiram nota oficial.
O ataque reacende o debate sobre segurança em aeroportos internacionais e o tratamento dispensado a refugiados e estrangeiros em trânsito, especialmente em contextos geopolíticos tensos.
A investigação segue em andamento, enquanto Vladimir Vitkov permanece sob custódia preventiva à disposição da Justiça russa. A mãe da criança, ainda em estado de choque, acompanha de perto o quadro clínico do filho, que continua internado em coma e sob cuidados intensivos. O caso gerou repercussão global e a comunidade internacional observa com apreensão os desdobramentos jurídicos e humanitários dessa tragédia.
Fonte: The Economic Times