Irã usa munição cluster contra Israel enquanto Trump adia decisão sobre ataque militar

Pela primeira vez desde o início do conflito aberto entre Irã e Israel, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que um míssil iraniano equipado com ogiva de munição cluster foi lançado contra uma área densamente povoada no centro do país. O ataque, ocorrido na cidade de Or Yehuda e em localidades vizinhas, não causou mortes, mas provocou forte apreensão entre autoridades e moradores. Imagens verificadas por analistas independentes mostram submunições não detonadas — pequenas bombas que se espalham na explosão — em calçadas, pátios residenciais e até no estacionamento de um hospital. A munição cluster, banida por mais de 100 países sob a Convenção de 2008, é notoriamente imprecisa e perigosa para civis, pois muitas submunições não explodem imediatamente e podem detonar dias ou semanas depois. Nem Israel, nem o Irã, tampouco potências como Estados Unidos, China ou Rússia, aderiram à convenção. Segundo especialistas do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), o projétil lançado provavelmente pertencia a modelos iranianos como o Qiam ou o Khorramshahr, capazes de carregar dezenas de submunições explosivas. Este ataque marca uma escalada importante na guerra, iniciada há sete dias com bombardeios israelenses sobre alvos militares e nucleares em território iraniano. Desde então, Israel afirma ter eliminado pelo menos 10 comandantes de alto escalão iranianos, e o Ministério da Saúde do Irã confirma mais de 220 mortos no país. Em retaliação, Teerã já lançou mais de 400 mísseis contra Israel, sendo a maioria interceptada, mas alguns atingiram infraestrutura militar, áreas residenciais e até um hospital no sul de Israel, matando pelo menos 24 pessoas. Em meio a essa escalada, o presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira que decidirá “dentro de duas semanas” se os Estados Unidos irão atacar diretamente o Irã. A declaração representa uma mudança de tom após dias de especulações sobre uma possível ação militar iminente por parte de Washington. Trump afirmou que ainda há “uma chance substancial” de negociações com Teerã, mas que a janela para a diplomacia pode se fechar rapidamente dependendo dos desdobramentos no campo de batalha. O recuo temporário dos EUA abre espaço para articulações diplomáticas. Na sexta-feira, representantes europeus devem se reunir com diplomatas iranianos em Genebra com o objetivo de retomar o diálogo sobre o programa nuclear iraniano — conversas que foram abruptamente suspensas após os ataques israelenses. O chanceler britânico David Lammy, que participará do encontro, declarou que “a situação continua perigosa, mas existe uma oportunidade diplomática que não pode ser desperdiçada.” Por outro lado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reiterou que Israel é capaz de alcançar todos os seus objetivos militares sozinho, embora tenha reconhecido que forças aéreas dos EUA ajudaram na interceptação de drones iranianos. Netanyahu também confirmou, em entrevista à televisão pública israelense, que mísseis iranianos com ogivas fragmentadas já atingiram o território israelense, embora não tenha usado explicitamente o termo “munição cluster”. A guerra, que já provocou centenas de mortes e milhares de feridos em ambos os lados, pode estar entrando em uma fase ainda mais perigosa. O uso de armas de alta letalidade contra áreas civis, a possível participação militar americana e o colapso das negociações nucleares desenham um cenário de escalada regional com consequências imprevisíveis. Enquanto isso, a população civil — tanto em Teerã quanto em Tel Aviv — segue em alerta, tentando sobreviver em meio a sirenes, bombardeios e incerteza. Fontes: New York Times, New York Times

Irã ameaça os EUA, mas sinaliza abertura para diálogo em meio à guerra com Israel

Em meio à intensificação do conflito com Israel, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou publicamente qualquer negociação com os Estados Unidos, alertando que uma ofensiva americana contra o país resultaria em “danos irreparáveis” para Washington. A declaração foi feita em um pronunciamento televisionado nesta quarta-feira (18), transmitido de um local não revelado por razões de segurança. Apesar do tom contundente de Khamenei, uma autoridade sênior do Ministério das Relações Exteriores iraniano — que preferiu manter o anonimato — afirmou que o Irã estaria disposto a aceitar a proposta do presidente Donald Trump de iniciar negociações em breve. Segundo a fonte, o chanceler iraniano Abbas Araghchi estaria preparado para se reunir com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, ou até mesmo com o vice-presidente JD Vance. O objetivo principal seria discutir um cessar-fogo com Israel e as preocupações internacionais sobre o programa nuclear iraniano. Araghchi já havia sinalizado nos últimos dias que o Irã estaria aberto à diplomacia caso Israel suspendesse seus ataques. Para o diplomata, bastaria um telefonema de Trump ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para encerrar o conflito. Historicamente, os contatos diretos entre altos representantes dos dois países são raríssimos desde a Revolução Islâmica de 1979. No entanto, antes da recente explosão de hostilidades, Estados Unidos e Irã conduziam conversas indiretas, mediadas por Omã, em busca de um acordo sobre o programa nuclear iraniano. As tratativas foram interrompidas abruptamente após o início dos bombardeios israelenses em território iraniano na última sexta-feira. Desde então, Netanyahu tem pressionado Trump a participar diretamente do conflito e autorizar ataques aos complexos nucleares subterrâneos do Irã. Trump chegou a cogitar publicamente a possibilidade de bombardear o país e até de ordenar o assassinato do aiatolá Khamenei, embora tenha afirmado ainda não ter tomado uma decisão definitiva. Ele também deixou aberta a porta para a diplomacia. Enquanto isso, cresce a mobilização internacional para evitar uma escalada regional. Líderes da Europa, Turquia e países árabes intensificaram os contatos com Teerã e Washington. Logo após o início dos bombardeios israelenses a instalações nucleares iranianas, o embaixador do país na ONU solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, que foi realizada na sexta-feira (16). Durante a sessão, o representante iraniano condenou o “uso ilegal da força” contra o Irã e pediu que os países-membro reconheçam a operação de Israel “como agressão” e impeçam “mais agressão, incluindo qualquer envolvimento de potências externas”. Apesar das declarações oficiais que minimizam os impactos da guerra, a realidade nas ruas do Irã é caótica: milhares fogem das grandes cidades e enfrentam escassez de alimentos, água potável e abrigo seguro. Fontes: New York Times, Newsweek e ONU

Irã atinge hospital em Israel e aumenta tensão sobre possível entrada dos EUA na guerra

Mísseis iranianos atingiram diversos pontos em Israel nesta quinta-feira (18), incluindo o Soroka Medical Center, maior hospital do sul do país, localizado em Beersheba. O ataque causou danos significativos à estrutura da unidade, que pediu à população que evitasse ir ao local. É o primeiro hospital israelense diretamente atingido desde o início da guerra, segundo o Exército de Israel. O bombardeio ocorreu poucas horas após Israel lançar uma nova série de ataques contra alvos estratégicos no Irã, incluindo um complexo nuclear. O confronto marca o sétimo dia de guerra entre os dois países e aumenta as incertezas sobre uma possível intervenção direta dos Estados Unidos no conflito. Durante um evento na Casa Branca, o presidente Donald Trump afirmou ainda não ter decidido se enviará tropas americanas, mas admitiu estar considerando a medida. “Gosto de tomar decisões finais no último segundo. As coisas mudam”, declarou. Israel vem pressionando Washington para que autorize o uso de armamento avançado contra instalações nucleares subterrâneas iranianas. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, advertiu que uma ação americana resultaria em “danos irreparáveis” para os Estados Unidos. No entanto, sinais contraditórios vieram de Teerã: enquanto Khamenei rejeitou qualquer tipo de rendição, um alto diplomata iraniano declarou que o país estaria disposto a negociar com os EUA. Segundo ele, o chanceler Abbas Araghchi aceitaria se reunir com representantes americanos para discutir um cessar-fogo com Israel — ainda que Trump prefira focar nas questões nucleares. Paralelamente, o Irã enfrenta um apagão quase total da internet há mais de 12 horas, de acordo com o monitor NetBlocks. A mídia estatal iraniana alega que as restrições visam impedir que Israel explore redes de comunicação iranianas para espionagem e operações militares. Fonte: The New York Times

toggle icon
plugins premium WordPress