Hamas mata 7 soldados israelenses em emboscada em Gaza

Sete soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) foram mortos ontem durante operações militares em Gaza, conforme informou o porta-voz do Exército, coronel Jonatan Conricus. O incidente ocorreu no sul da Faixa de Gaza, onde as tropas israelenses realizavam patrulhamento de rotina quando foram atacadas. Um dispositivo explosivo foi plantado no veículo blindado em que o grupo viajava, e ao ser ativado, iniciou uma chama que vitimou os 7 soldados. As fatalidades elevam para 1.245 o número de militares israelenses mortos desde o início da ofensiva em novembro passado. Nos últimos dias, o Exército israelense intensificou os combates na Faixa de Gaza após aumentar o contingente militar em resposta a emboscadas frequentes. Mesmo enfraquecido após quase 2 anos de guerra, membros dispersos do Hamas ainda conseguem organizar-se para realizar ataques surpresa contra soldados israelenses. Contexto militar e humanitário. Desde o início da ofensiva, as IDF mobilizaram cerca de 100.000 soldados, com apoio de artilharia pesada, drones e aviões de combate. O objetivo principal é eliminar a capacidade operacional do Hamas, cujo arsenal subterrâneo tem permitido lançamentos de foguetes e emboscadas regulares contra tropas israelenses presentes em Gaza. Os confrontos têm provocado graves consequências humanitárias. Autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que mais de 37 mil civis tenham sido mortos em Gaza desde novembro, entre eles milhares de crianças, e quase dois milhões de pessoas foram deslocadas internamente. A ofensiva israelense em curso já resultou em grande destruição de infraestrutura — incluindo escolas, hospitais e redes de abastecimento de água e energia — e tem gerado ampla condenação internacional. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta semana para avaliar medidas de contenção do conflito e garantir acesso humanitário, embora críticas persistam quanto à proporcionalidade das ações israelenses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou em pronunciamento oficial que o sacrifício dos militares “não será em vão“. “Continuaremos avançando até que o Hamas seja completamente desprovido de capacidade de lançar ameaças ao nosso povo“, declarou. Nos Estados Unidos, aliados democratas e republicanos reafirmaram apoio ao direito de Israel de se defender, mas intensificaram a pressão para a adoção de um plano de cessar-fogo e para a ampliação da ajuda internacional à população civil em Gaza. Especialistas alertam que o endurecimento das operações israelenses pode prolongar indefinidamente o conflito, dificultando qualquer perspectiva de trégua antes de novas vítimas — tanto militares quanto civis. “Os ganhos táticos das IDF nas zonas de conflito são significativos, mas o custo humano é altíssimo e mina a legitimidade internacional da operação“, avaliou o analista militar David Makovsky. Enquanto governos aliados de Israel pedem moderação e maior foco no aspecto humanitário, forças israelenses continuam avançando em áreas complexas de Gaza no que definem como “fase decisiva” das operações. O resultado dos combates de hoje ilustra o alto risco humano inerente a essas incursões e reforça o dilema entre segurança nacional e consequências humanitárias devastadoras. Fontes: The New Yorker, Wall Street Journal, Reuters
Irã desafia o Ocidente e ameaça retomar programa nuclear sem supervisão

O parlamento iraniano aprovou nesta quarta-feira (25) um projeto de lei que suspende a cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU responsável pela fiscalização nuclear. A decisão, tomada por unanimidade, ainda depende da aprovação do Conselho de Guardiães, entidade ligada ao Supremo Líder. A medida prevê interromper inspeções, retirar câmeras de vigilância nos locais nucleares e suspender relatórios regulares à AIEA, até que seja garantida “a segurança das instalações nucleares iranianas“, conforme divulgado por fontes parlamentares. O presidente do parlamento, Mohammad Baqer Qalibaf, acusou o órgão de ter comprometido sua credibilidade internacional ao não condenar os ataques israelenses e americanos contra os sítios nucleares de Natanz, Fordow e Isfahan. Os ataques ocorreram nos últimos dias, com mísseis e bombas de precisão lançados por Israel, seguido por bombardeios dos EUA, que afirmaram ter “obliterado” as instalações. No entanto, os dados de inteligência sugerem que os danos teriam sido moderados, atrasando o programa nuclear apenas por alguns meses. AIEA Essa ação do Irã ocorre em meio a um cessar-fogo instável com Israel e à apreensão global provocada pelo episódio. A AIEA, por meio do diretor-geral Rafael Grossi, criticou o escopo reduzido de inspeções e alertou para riscos de proliferação nuclear sem monitoramento externo. Grossi declarou que “é prioridade reintegrar inspetores nas instalações nucleares iranianas para avaliar os estoques de urânio enriquecido“, estimados em cerca de 400 kg com pureza de até 60%, próximo ao nível de armas atômicas. Ele ressaltou que, embora o Irã afirme ter protegido materiais antes dos bombardeios, somente a inspeção presencial pode confirmar essa informação. O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, alegou que o ambiente após os ataques é hostil e que ajustes “em seu posicionamento em relação ao regime de não-proliferação” serão necessários, mas que não foi definido em que sentido. Especialistas em não proliferação alertam que a suspensão da cooperação ameaça desestabilizar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), vigente desde 1970 e ratificado pelo Irã em 1970, mas fragilizado por esta decisão. O abandono dos protocolos compromete a capacidade de detectar eventuais desvios de material nuclear, levando a um cenário de incerteza e tensão global. Reações internacionais foram rápidas: a União Europeia, Rússia, China e outros membros do Conselho de Segurança da ONU manifestaram preocupação, afirmando que a retirada da fiscalização representa um “sinal de alerta preocupante” e conclamam ambas as partes a retomar o diálogo. Na OTAN, fontes indicaram que o cessar-fogo com Israel permanece tenso e que o Irã está sendo observado de perto pelos serviços de inteligência ocidentais. O secretário-geral, Mark Rutte, mencionou que o Irã não deve ser autorizado a desenvolver capacidade nuclear ofensiva — meta que os aliados ocidentais vêem como clara. Internamente, o Irã reforçou o discurso patriótico. Houve gritos de “Morte à América” e “Morte a Israel” no parlamento após a votação, segundo vídeos registrados no plenário. O resultado indicou que a meta é clara: avançar mais rápido no programa nuclear civil, sob proteção ampliada. A AIEA, por sua vez, debate no momento se irá acionar o procedimento para restaurar sanções da ONU, que foram suspensas após o acordo de 2015 (JCPOA). O órgão já havia adotado uma resolução contra o Irã por descumprimento das obrigações há semanas. Este giro marca um ponto crítico na crise nuclear iraniana. O Irã avança com seu programa com menos fiscalização externa, aumentando as tensões internacionais e colocando em xeque a arquitetura global de não proliferação. O cenário permanece incerto, mas a lição é clara: a desconfiança mútua elevou o risco de descontrole nuclear, exigindo respostas diplomáticas urgentes — ou o mundo poderá enfrentar uma nova era de insegurança nuclear. Fontes: TIME, Reuters e Investing
Mais muro, menos imposto: ofensiva republicana agita Congresso americano

Em um momento de forte tensão política nos Estados Unidos, o líder da maioria no Senado, John Thune, classificou como uma “oportunidade geracional” o novo pacote legislativo que está sendo discutido no Congresso. Em artigo publicado nesta segunda-feira (23) pela Fox News, o senador defendeu a aprovação urgente da proposta, que, segundo ele, pode redefinir a segurança nacional e trazer alívio fiscal para milhões de famílias americanas. O plano, que os republicanos esperam aprovar antes do 4 de julho (dia da independência americana ), prevê a liberação de verbas para ampliar o muro na fronteira com o México. Além de tentar conter o fluxo de imigrantes ilegais, o projeto também busca impedir um aumento de até US$ 1.700 nos impostos de famílias de classe média, num momento em que o custo de vida já pesa no orçamento doméstico. “O momento pede ação. Temos a chance de proteger nossas fronteiras e aliviar o peso que recai sobre as famílias americanas”, argumentou Thune. Ele destacou que a medida não se resume ao presente, mas visa garantir estabilidade e prosperidade no longo prazo. A proposta, porém, enfrenta forte oposição de democratas e setores progressistas, que acusam os republicanos de explorar a crise migratória com fins eleitorais. Críticos afirmam que o muro não resolve as causas estruturais da imigração e pode aprofundar divisões políticas no país. Com o feriado se aproximando, o Congresso corre contra o relógio. O desfecho pode influenciar diretamente o cenário político e legislativo do novo governo que se iniciou em 2025. Fonte: Fox News
Itamaraty confirma que governo não pagará translado do corpo de Juliana ao Brasil

O Itamaraty, segundo informou o Portal de Notícias Metrópoles, confirmou que o governo brasileiro não custeará o translado do corpo da brasileira Juliana Marins, 26 anos, que foi a óbito após cair em uma trilha, no vulcão Rinjani, na Indonésia. Alegando que “não há previsão legal nem dotação orçamentária para o Estado custear translados“. Em outras palavras, o governo está dizendo que a própria família deve pagar os custos para trazer o corpo da brasileira e poder sepultá-la. Diversos portais de mídia mainstream estão noticiando essa mesma informação e alegam que o Itamaraty está avaliando rever as recomendações aos turistas brasileiros no exterior, nas quais, a especificação de que a decisão de percorrer áreas de risco seja de “responsabilidade do cidadão“, tendo a ciência de que a assistência consular que o governo pode prestar é muito limitada. A família de Juliana publicou em mídias sociais que o resgate indonésio sequer levou água, comida ou qualquer aparato que a pudesse proteger do frio e da hipotermia, além de informar que as cordas à disposição não tinham tamanho suficiente para o resgate, nos primeiros dias de buscas pela brasileira. Que o governo da Indonésia mentiu sobre o fornecimento desses itens básicos para a sobrevivência de Juliana e que poderiam ter dado condições de que o resgate ocorresse com ela ainda em vida. Além de alegar falta de apoio e comunicação do Governo Federal e do Itamaraty. As respostas do Itamaraty estão causando revolta e rebuliço na internet quanto ao posicionamento do governo brasileiro. As mídias mainstream parecem se esquecer de episódios recentes dos quais houve toda uma comoção midiática para o resgate do cavalo Caramelo, que ficou ilhado em cima do telhado, na trágica enchente do Rio Grande do Sul, em 2024. Assim como o recente caso em que o Planalto mobilizou recursos para atender um afeto político estrangeiro, a ex-primeira dama do Peru, Nadine Heredia, que teve a prisão decretada no dia 18 de junho por corrupção e lavagem de dinheiro. Nesse caso, o governo brasileiro ofertou asilo político, autorizou e enviou uma aeronave da FAB, Força Aérea Brasileira, antes mesmo que a polícia peruana pudesse executar o mandato de prisão. O Itamaraty e os grandes portais podem até citar a Lei 9.199/2017, que estabelece que “a assistência consular não inclui o pagamento de despesas com sepultamento e translado de corpos brasileiros falecidos no exterior, nem despesas com hospitalização, exceto em casos médicos específicos e atendimento emergencial de caráter humanitário“. Mas será que podem justificar o dispêndio financeiro e emergencial para essas outras 2 situações? Afinal, qual Lei englobou ambos os outros casos e que não pôde contemplar uma cidadã brasileira Juliana não teve a mesma atenção e amparo que esses 2 últimos casos recentes tiveram, isso em vida, e parece que não os terá, mesmo após ir a óbito.
EUA passarão a monitorar redes sociais de candidatos a visto de estudante

Nesta quarta-feira (25), a Embaixada dos EUA no Brasil anunciou a ampliação da triagem e da verificação de indivíduos que solicitarem o visto de estudante para o ingresso no país, o que incluirá o monitoramento de perfis em redes sociais. No comunicado, é informado que o Departamento de Estado está comprometido em proteger a nação americana e seus cidadãos. E que o processo de concessão de vistos estudantis exigirá padrões de segurança nacional e pública mais altos. “Obter um visto para os EUA é um privilégio, não um direito.” Citação retirada do comunicado da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil Segundo o comunicado, quem quiser obter o visto de estudante deverá configurar seus perfis, em plataformas de mídias sociais, no modo aberto ao público, com o intuito de poderem ser verificados de forma “abrangente e minuciosa“. A decisão é válida para solicitações de vistos estudantis nas categorias F, M e J: F: visto de estudante com pretensão de estudos em instituições acadêmicas, tais como universidades e faculdades. M: visto de estudante com pretensão de estudos em instituições vocacionais ou não acadêmicas. J: visto de estudante para participação de programas de intercâmbios educacionais ou culturais, incluindo professores, estagiários e pesquisadores. “Utilizamos todas as informações disponíveis durante a triagem e verificação de vistos para identificar solicitantes inadmissíveis aos EUA, especialmente aqueles que representam uma ameaça à segurança nacional. (…) Para viabilizar essa verificação, todos os solicitantes de visto de estudante (F, M e J) deverão ajustar as configurações de privacidade de seus perfis de mídias sociais para o modo ‘público’” E finaliza comunicando que cada decisão sobre a concessão de visto é, acima de tudo, uma decisão de segurança nacional. E que todos os solicitantes devem comprovar de forma credível sua elegibilidade para o tipo de visto solicitado, o que inclui a intenção de participar, exclusivamente, de atividades compatíveis com os termos de admissão. O comunicado na íntegra pode ser acessado aqui. Fonte: usembassy.gov
Bolsonaro lidera, Lula derrete nas pesquisas: direita define sucessor para 2026

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu testar um novo nome na sondagem encomendada pelo Partido Liberal ao Paraná Pesquisas, com dados divulgados na terça (24). Rogério Marinho, senador potiguar e ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro, foi o estreante na corrida ao Palácio do Planalto. Na pesquisa, foram entrevistados 2.020 eleitores em todo o Brasil, entre os dias 18 e 22 de junho. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com grau de confiança de 95%. Veja a seguir os cenários de segundo turno. A pesquisa corrobora o que outras sondagens já vêm trazendo. Lula é o óbvio candidato da esquerda, buscando a reeleição, mas também o único, nem o petismo e nem a esquerda como um todo conseguindo produzir outro candidato viável. Há coesão pelo seu nome, até mesmo por falta de outra opção. Já no campo da direita, parece sobrar candidatos. E mais um agora, com Rogério Marinho. A grande incógnita é qual deles estará no páreo em 2026. Havendo mais de um candidato da direita, o risco é surgir uma fratura interna que termine favorecendo o campo ideológico da esquerda. Jair Bolsonaro está inelegível, mas o cenário no qual ele está presente também é o da maior derrota de Lula e com menos indecisos. Isso evidencia não só a polarização política da sociedade, mas o fato de os dois serem as maiores forças políticas do país. E se Bolsonaro não pode concorrer, resta ver a sua capacidade de transferência de votos na eleição presidencial. De toda forma, 13,8% dos entrevistados não escolheram nem um e nem outro nesse cenário. O quantitativo ainda é relevante e será o trunfo nas eleições do próximo ano. Sairá vitorioso o candidato que conseguir furar a bolha da polarização e atrair os votos de centro, daqueles que não tem preferência imediata por nenhum candidato. Fontes: O Globo, CNN
Nova era nuclear: Reino Unido rompe tradição e reforça capacidade aérea

O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (25) a compra de 12 caças F‑35A, fabricados pela Lockheed Martin, com capacidade para transportar armas nucleares táticas, fortalecendo sua postura estratégica e voltando a integrar a missão nuclear aérea da OTAN. A aquisição representa a retomada da capacidade de ataque nuclear por via aérea pela Real Força Aérea Britânica — algo inédito desde o fim da Guerra Fria — uma vez que, desde 1998, o Reino Unido dependia exclusivamente da dissuasão submarina (Trident). A decisão foi formalizada ao longo da cúpula da OTAN, em Haia, onde o primeiro-ministro Sir Keir Starmer ressaltou a necessidade de responder à “era de incerteza radical” imposta pela guerra na Ucrânia e outras ameaças globais. Os jatos serão baseados na RAF Marham, em Norfolk, e integrados ao programa “Dual Capable Aircraft” da OTAN. Eles terão a capacidade de transportar bombas americanas B61‑12, armazenadas em solo britânico, embora seu uso dependa da aprovação dos líderes da Aliança e do presidente dos EUA. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, saudou a medida como “um robusto reforço britânico para a Aliança“. Além disso, o governo britânico confirmou o compromisso de elevar os gastos militares a 5% do PIB até 2035, alinhando-se às exigências dos EUA e da OTAN. Especialistas apontam que os F‑35A são mais econômicos em operação do que os modelos F‑35B, já em uso nos porta-aviões britânicos, dispensando operações de pouso vertical e trazendo menor custo de manutenção. O plano do Reino Unido contempla a compra total de 138 caças da família F‑35, reforçando sua capacidade de defesa em múltiplas frentes. A aquisição chega em um momento de forte tensão global e pressão diplomática. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, tem exigido de aliados da OTAN maior investimento em defesa, e a Rússia tem intensificado sua presença militar ao redor da Europa. Economicamente, o programa promete gerar benefícios significativos. Estima-se que ele sustentará mais de 20 mil empregos no Reino Unido, com 15% da cadeia global de suprimentos do F‑35 baseada localmente, envolvendo empresas como BAE Systems, Rolls‑Royce e GE Aviation. Por outro lado, movimentos antinucleares, incluindo parte da sociedade civil e ambientalistas, criticam a revogação da postura de não proliferação, alertando para o risco de retomada da corrida armamentista e ameaça à estabilidade regional. A expansão das capacidades nucleares aéreas britânicas ocorre num contexto em que cerca de sete países da OTAN (EUA, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Turquia) já participam do programa nuclear compartilhado, que permite armas B61 em suas bases. Essa decisão representa a maior modernização da dissuasão nuclear britânica das últimas décadas, ampliando os meios de projeção militar — de submarinos para aeronaves — e reforçando o papel do Reino Unido em defesa coletiva, cibersegurança e capacidade de resposta rápida. O anúncio reforça o comprometimento do Reino Unido com a segurança euro-atlântica, mas reacende debates sobre o papel das armas nucleares numa estratégia de defesa contemporânea, que enfrenta desafios como escalada tecnológica, crises globais e a necessidade de mecanismos multilaterais de controle. Fontes: Financial Times, Reuters, CNN
Oposição aciona PGR contra Erika Hilton por nomear maquiadores como assessores

A oposição na Câmara dos Deputados apresentou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a deputada Érika Hilton (PSOL-SP), acusando-a de “eventual prática de atos de improbidade administrativa e dano ao erário‘. O líder do grupo, deputado Zucco (PL-RS), também acionou o Conselho de Ética da Câmara. Acusações: Defesa de Érika Hilton: A representação representação solicita que a PGR apure a eventual prática de atos de improbidade administrativa e dano ao erário por parte da deputada e dos servidores comissionados. Também pede que sejam adotadas as medidas judiciais cabíveis e que o caso seja encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU) para averiguação do possível uso indevido de recursos públicos. A função dos assessores parlamentares segundo as normas internas das casas legislativas: As incumbências dos assessores parlamentares no Brasil são regulamentadas por normas internas das casas legislativas e variam conforme o cargo e a estrutura de cada gabinete. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, cada deputado pode contratar entre 5 e 25 secretários parlamentares, com salários que variam de R$ 1.584,10 a R$ 9.359,94, podendo ser acrescidos de gratificação de representação de gabinete, desde que respeitado o limite da verba de gabinete do parlamentar. Esses assessores desempenham funções como assistência direta ao parlamentar, apoio em atividades legislativas, organização de agenda, comunicação com a sociedade e elaboração de documentos. As atribuições específicas são definidas pelo parlamentar e podem incluir atividades como assessoramento em comissões, elaboração de relatórios, preparação de briefings e diálogo com a população. A contratação desses profissionais é de livre nomeação, ou seja, não é necessário concurso público. Cada parlamentar tem autonomia para escolher sua equipe, respeitando as normas estabelecidas pelas casas legislativas. Fontes: CNN, Legislabrasil, Câmara Imagem: Deputada Erika Hilton (PSOL-SP) • Vinicius Loures/Câmara dos Deputados CC 3.0
Espanha diz que elevar gastos com defesa para 5% é “irracional”

Na última quinta-feira (19), o governo espanhol afirmou não poder se comprometer com um percentual específico de gastos com defesa a ser firmado hoje, no encontro dos membros em Haia, na Holanda. A recusa foi informada em carta endereçada ao secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, assinada pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. “O compromisso de 5% do PIB não é apenas irracional, mas também contraproducente“, afirmou Sánchez, explicando que a iniciativa “distanciaria a Espanha do investimento eficiente” e “seria incompatível com a visão de mundo” do país. O líder espanhol reafirmou o “comprometimento integral da Espanha com a OTAN“, mas defendeu uma “fórmula mais flexível” de atingir os objetivos de investimento. Em 2024, a Espanha foi o membro da aliança que menos gastou em defesa e segurança, direcionando menos de 2% de seu PIB para despesas do tipo. A reunião dos países-membros foi iniciada ontem (24) e será nesta quarta, 25 de junho. Em breve comunicado, os membros reforçaram seu comprometimento com a “defesa coletiva“, destacaram a “ameaça russa de longo prazo à segurança euro-atlântica” e lembraram que “a defesa da Ucrânia contribui para a defesa da OTAN“. Ao tratar do compromisso de incremento de despesas até 5% do PIB, o comunicado menciona somente “membros“, e não “todos os membros“. Fontes: Associated Press e El Pais
Como um comando secreto ucraniano explodiu o gasoduto russo Nord Stream

Uma reportagem investigativa publicada ano passado pela revista Der Spiegel trouxe luz à sabotagem dos gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, ocorridos em 26 de setembro de 2022, poucos meses depois da invasão russa à Ucrânia. Segundo a reportagem, a operação secreta foi planejada e executada pela Ucrânia. A reportagem mostra que o comando ucraniano considerava os gasodutos um alvo militarmente legítimo em um conflito armado – em águas internacionais. No dia 26 de setembro de 2022, a cerca de 300 quilômetros do porto de Rostock-Warnemünde, três tubos dos gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 explodiram no fundo do Mar Báltico. Há muitos indícios de que os responsáveis pelo maior ato de sabotagem da história da Europa foram, ao todo, cerca de uma dúzia de homens e uma mulher, entre civis e militares. Eles foram contratados e treinados por um grupo experiente em planejamento e execução de operações secretas ucranianas. Alguns membros do grupo teriam antigas conexões com a CIA. A revista passou dois anos investigando a sabotagem em mundos paralelos dos serviços de inteligência, em zonas de guerra e, recentemente, na capital ucraniana, Kiev. A revista conhece as identidades da maioria dos envolvidos, mas decidiu não identificá-los por temer suas eliminações pelos esquadrões de morte russos e ucranianos. As informações fornecidas pelos sabotadores foram verificadas na medida do possível: uma equipe de pesquisa conversou com serviços de inteligência e investigadores ocidentais, com especialistas em mergulho e explosivos, avaliou dados e documentos confidenciais, seguiu rastros na Internet e acessou outras fontes. As suspeitas iniciais recaíram sobre Moscou, e navios russos que navegavam no Mar Báltico antes dos ataques, e sobre os EUA, e possível uso de mergulhadores de combate. Mas está claro agora que o Nord Stream não foi explodido por uma unidade de elite equipada com alta tecnologia, mas por uma tropa heterogênea com um orçamento de menos de 300 mil dólares americanos. Os vestígios levam ao iate “Andrômeda”, que foi abastecido com cilindros contendo explosivos no porto de Wiek, em Rügen, Alemanha. O iate foi fretado por 11.900 euros entre os dias 27 de agosto e 24 de setembro de 2022. Ele possui 15,57 metros de comprimento e 4,61 metros de largura. Tipo Bavaria Cruiser 50. Durante o mês de setembro de 2022, o esquadrão de sabotagem cruzou o Mar Báltico no iate, entre Sandhamn e Rügen, em águas polonesas, alemãs, dinamarquesas e suecas, aguardando o momento certo e o lugar certo: não muito abaixo da superfície do mar e nem muito tráfego marítimo. O local escolhido fica a cerca de 44 quilômetros a nordeste da ilha dinamarquesa de Christiansø, no ponto de coordenadas 55° 32′ 27′′ Norte, 15° 46′ 28,2′′ Leste. No meio do Mar Báltico, lugar isolado, sem balsas, petroleiros e quase nenhum outro marinheiro. Os tubos ficavam a uma profundidade de cerca de 80 metros. Quatro tubos, 1,15 metros de diâmetro interno. Do lado de fora, uma concha de concreto de até onze centímetros de espessura, que os fixava ao fundo do mar. Em seguida, proteção contra corrosão. Debaixo de aço, até quatro centímetros de espessura. Finalmente, um revestimento para que o gás fluísse com menos atrito em sua longa jornada da Rússia para a Alemanha. Tubos triturados, gás de escape O Nord Stream 1 era o gasoduto mais importante do mundo até o dia 26 de setembro de 2022. Às 2h03, uma onda de pressão sacudiu o fundo do Mar Báltico, tão poderosa que os sismógrafos suecos detectaram a centenas de quilômetros de distância. A linha A do Nord Stream 2 foi triturada na costura de conexão entre dois tubos. A cerca de um metro e meio, o tubo inicialmente se abre, mas o gás que escapa aumenta ainda mais o vazamento. Um segundo ataque ocorreu 17 horas depois, às 19h04, o fundo do mar voltou a tremer, desta vez cerca de 75 quilômetros ao norte, bem mais violento, com várias explosões. Acima da água, um trovão surdo teria sido ouvido a muitos quilômetros de distância. Desta vez, os dois tubos do Nord Stream 1 seriam destruídos: Linha A com 200 metros de comprimento, Linha B com 290 metros. Imagens subaquáticas e visualizações 3D baseadas em sonar mostram crateras profundas, montanhas de detritos e restos de tubos apontando obliquamente para cima, dobrados como se fossem apenas canudos. Os gasodutos estão destruídos. O gás russo, a enorme fonte de renda de Moscou e, ao mesmo tempo, um meio de exercer pressão, começava a secar, provavelmente para sempre. Roman Tscherwinsky No final do verão deste ano, a Der Spiegel conseguiu contato com um agente das Forças Especiais, em Kiev, que usou o codinome Andrij. Andrij informa que a operação de sabotagem dos gasodutos russos foi denominada “Diameter”. “O Nord Stream era um alvo militar“, diz o homem. Um ato legítimo de autodefesa, ele repete que eles não queriam prejudicar a Alemanha. Andrij conhece muitos detalhes, mas não foi responsável pelo planejamento e estratégia. Outra pessoa seria responsável por isso. Roman Tscherwinsky, 49, é um herói para muitas pessoas na Ucrânia. Ele pertenceu ao aparato de segurança por anos e foi um dos chefes de contraespionagem do serviço doméstico SBU. Mais tarde, ele mudou para o serviço de inteligência militar HUR. Tscherwinsky foi responsável por ações mais ousadas. Por exemplo, ele quis atrair mercenários da milícia russa Wagner para uma armadilha na Bielorrússia e depois sequestrá-los para a Ucrânia. Para muitos ucranianos, Chervinsky tem sido uma lenda desde que realizou uma operação em 2019. O serviço secreto SBU sequestrou o separatista Vladimir Zemach, que estaria envolvido na queda do voo MH17 da Malaysia Airlines. Tscherwinsky recebeu medalhas e medalhas. Tudo indica que ele também foi o chefe da Operação Diameter. Hoje, o herói está em prisão domiciliar e usa uma tornozeleira. Ele ficou sob custódia por mais de um ano, pois é acusado, em Kiev, de supostamente exceder suas competências, entre outras coisas. O judiciário acusa Chervinsky de tentar fazer com que um piloto de caça russo desertasse, no verão de 2022, sem consulta, em uma ação que