O jornalista Paulo Figueiredo clama por uma ação incisiva dos EUA contra o STF, em depoimento nos EUA

Durante nova audiência no Congresso dos EUA, o jornalista Paulo Figueiredo Filho pediu que o governo norte-americano tome uma “ação incisiva” contra decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo ele, o Brasil corre o risco de se tornar uma “Venezuela turbinada no coração da América do Sul” caso não haja reação internacional. Figueiredo, que é neto do ex-presidente militar João Figueiredo e um dos denunciados por tentativa de golpe em 2022, afirmou que sofre perseguição desde 2019. Ele citou sua prisão preventiva, inclusão na lista da Interpol, bloqueio de bens e suspensão de redes sociais como evidências de repressão. Também mencionou conflitos entre Moraes e plataformas como X (antigo Twitter) e Rumble, alegando que decisões do STF violam a soberania dos EUA ao exigir dados de empresas americanas. Durante a audiência, ele sugeriu o uso da Lei Global Magnitsky para sancionar Moraes e defendeu que o Congresso norte-americano aja nos próximos 30 dias, além de denominar o ministro Alexandre de Moraes como “Ditador do Brasil“. A Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, que conduziu a sessão, discutia repressão transnacional e também analisou casos de países como China, Índia e Paquistão. A íntegra do depoimento de Paulo Figueiredo pode ser acessada através do Link.
As crianças de Moçambique: escravizadas, treinadas e forçadas a matar

Nesta terça (24), a Human Rights Watch, ONG internacional dedicada à defesa e promoção dos direitos humanos, divulgou um alerta informando que cerca de 120 crianças ou mais foram sequestradas em Cabo Delgado, norte de Moçambique, pelo grupo terrorista e jihadista Al-Shabab, ligado ao Estado Islâmico. As crianças estariam sendo usadas para o transporte de bens saqueados, trabalhos forçados, e em alguns casos, como crianças-soldado ou forçadas a se casarem. Desde 2017, Moçambique tem lutado contra uma insurgência islâmica em Cabo Delgado e conta com o auxílio de tropas da África do Sul, Ruanda e outros países vizinhos. Em 2020, extremistas jihadistas islâmicos, realizaram um ataque que resultou em mais de 50 decapitações, incluindo de crianças, mulheres sequestradas, aldeias saqueadas e incendiadas, na mesma região. Testemunhas afirmam que crianças sequestradas foram utilizadas em ataques posteriores. A ONU estima que o conflito na região já tenha deslocado mais de 600 mil pessoas e que já se espalhou para províncias vizinhas. “Nos últimos dias, 120 ou mais crianças foram sequestradas“, disse Abudo Gafuro, diretor executivo da Kwendeleya, uma organização nacional que monitora ataques e fornece apoio às vítimas. Quando os combatentes do Al-Shabab “entram ou atacam determinadas áreas, tendem a sequestrar crianças“, disse Augusta Iaquite, coordenadora da Associação de Mulheres em Carreiras Jurídicas em Cabo Delgado. “Eles os levam para treiná-los e depois os transformam em seus próprios combatentes.“ “O governo de Moçambique precisa tomar medidas concretas para proteger as crianças e impedir que grupos armados as usem como ferramentas de conflito“, disse Budoo-Scholtz, vice-diretor da Human Rights Watch para a África. Fonte: HRW, APNews
O casamento bilionário de Jeff Bezos: luxo, protestos e caos em Veneza

Se você está se sentindo excluído por não estar na lista de convidados do casamento de Jeff Bezos com Lauren Sánchez, talvez devesse agradecer. Claro, ter bilhões no banco e uma cerimônia em um palácio veneziano parece o ápice do glamour — mas, como tudo que envolve cifras estratosféricas, também vem carregado de pressões, escândalos e protestos que poucos casais comuns sequer poderiam imaginar. O casamento do segundo homem mais rico do mundo tornou-se um espetáculo global que reflete tanto o poder do dinheiro quanto a resistência crescente contra ele. Mistério, luxo e copos artesanais A cerimônia, marcada para acontecer em Veneza, Itália, está sendo conduzida sob o mais alto grau de sigilo. Ainda assim, alguns detalhes conseguiram escapar à vigilância da equipe de segurança. Empresas locais confirmaram que produziram copos artesanais e doces típicos para as lembrancinhas distribuídas aos convidados, enquanto o luxuoso hotel Aman Venice, onde os noivos e seus VIPs devem estar hospedados, está com reservas esgotadas por diárias que vão de US$ 2.000 a US$ 10.000. Entre os convidados estrelados, figuram nomes como Leonardo DiCaprio, Oprah Winfrey, Bill Gates, Kim Kardashian, Diane von Furstenberg, Barbra Streisand e a rainha Rania da Jordânia. Donald Trump e Ivanka também estariam na lista, embora não se saiba se comparecerão, dados os compromissos políticos do presidente dos EUA. Veneza não está celebrando Enquanto Bezos e Sánchez trocam votos em meio a arranjos florais milionários e pratos de chefs premiados, do lado de fora a cidade se agita em protestos. Para muitos moradores e ativistas locais, o casamento é um exemplo gritante da gentrificação e do esvaziamento cultural de Veneza. O grupo “No Space for Bezos” tem se manifestado intensamente nos últimos dias. Cartazes e faixas com frases como “SE VOCÊ PODE ALUGAR VENEZA PARA SEU CASAMENTO, PODE PAGAR MAIS IMPOSTOS” foram espalhados pela cidade — incluindo uma instalação monumental na Piazza San Marco, organizada pelo Greenpeace. A faixa foi rapidamente removida pela polícia local, mas a mensagem já estava dada. Diante da hostilidade pública, a equipe de segurança de Bezos intensificou os cuidados. Fontes disseram ao TMZ que até empresas de táxi aquático foram deixadas no escuro quanto ao itinerário dos noivos. Há rumores de que mudanças de última hora estão sendo feitas para despistar manifestantes — que prometem bloquear canais e ruas com botes infláveis, corpos e faixas no grande dia. O local da cerimônia ainda é um mistério. O iate de Bezos, o Koru, com impressionantes 127 metros de comprimento, chegou a ser cogitado como palco dos votos matrimoniais — especialmente por ser onde ele teria feito o pedido de casamento. No entanto, preocupações com a segurança levaram à especulação de que o casal possa optar pela Fondazione Giorgio Cini, um centro cultural isolado, ou mesmo por um espaço chamado “La Misericórdia“. Apesar das declarações de que o evento será discreto e com mínima interferência, os efeitos são inegáveis. Veneza está praticamente bloqueada para turistas comuns. Os maiores portos de iates da cidade foram reservados, e há rumores de que donos de embarcações de luxo não relacionadas ao evento tenham alterado suas férias para evitar a “área de impacto”. A cidade, além disso, fechou seu espaço aéreo — exceto para helicópteros privados, caso algum chefe de Estado decida aparecer. Um gondoleiro entrevistado pelo Wall Street Journal resumiu a frustração: “Somos muito lentos. Não vamos participar de nada.“ Com protestos intensos, tensões políticas e bloqueios urbanos, o casamento de Jeff Bezos e Lauren Sánchez deixou de ser apenas uma união amorosa para se tornar um evento sociopolítico. Para os ativistas, trata-se de resistir à dominação dos oligarcas globais. Para o casal, talvez apenas um “sim” cercado de luxo e segurança. De qualquer forma, a mensagem é clara: ser Jeff Bezos pode parecer maravilhoso — até você tentar se casar em Veneza. Fonte: Los Angeles Times
Juliana Marins é a 10ª morte registrada em 6 anos no Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia

Segundo relatório do Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani, divulgado em março, os acidentes que totalizavam cerca de 21 casos em 2020 subiram para uma média de 33 casos no período de 2021 a 2023. Já em 2024, quase dobraram, chegando a 60 casos no ano. Com relação ao número de mortos, os dados divulgados foram: A morte de Juliana Marins, confirmada nessa terça-feira (24), é a mais recente fatalidade registrada, sendo a 10ª em 6 anos. É a 2ª fatalidade em 2025. Leia mais: Confirmada a morte de brasileira que caiu em vulcão na Indonésia – Danuzio Diante dos números apresentados no relatório, o governo já havia emitido um alerta sobre a necessidade de implantação de um protocolo padronizado de resgate e segurança. O mesmo relatório aponta 2 principais fatores para o crescimento no número de acidentes: Das 180 pessoas acidentadas no período analisado pelo relatório divulgado, 136 eram turistas locais e 44 estrangeiros. Dos quais, 134 envolveram quedas e torções. Até o momento, não houve divulgação dos números de acidentes registrados em 2025, todavia, há o registro da morte de um malaio, Rennie in Abdul Ghani, de 57 anos, que foi a óbito no dia 05 de maio, após cair de um penhasco de aproximadamente 80 metros, também ao se separar de seu grupo durante a trilha. Fontes: G1, Infomoney, O Tempo, 1news
Uma brasileira vivendo sob ataque

Meu nome é Desirée Rugani. Sou brasileira e vivo em Israel. Todos os dias, compartilho informações sobre o que acontece nesta pequena faixa de terra cercada de ameaças e, ao mesmo tempo, repleta de vida, história, fé, cultura e resistência. Quem me acompanha nas redes sociais costuma ver as notícias quando há um ataque: as sirenes soando, as explosões, o Domo de Ferro funcionando, o exército respondendo. Mas poucas pessoas conseguem imaginar o que realmente é viver isso. O que acontece nos minutos que não aparecem na televisão? Como o corpo reage quando, no meio de um dia normal, o som agudo da sirene corta o ar? Como é caminhar em direção ao bunker, ouvir as explosões e tentar manter a calma? Este é um pequeno relato, não apenas de fatos, mas de sensações. O alarme: quando o coração começa a correr antes do corpo A sirene em Israel tem um som muito característico. Ela não soa como um simples aviso. Ela perfura o silêncio. Ela invade a mente. Nos primeiros segundos, há sempre um choque, por mais vezes que já tenhamos passado por isso. O cérebro demora uma fração de segundo para processar: “É real. É agora.” Não importa a hora: pode ser de madrugada, enquanto dormimos; pode ser no meio do almoço; pode ser durante o banho, ou quando você está colocando seu bebê para dormir. O corpo entra em modo automático. É como se todos os sentidos se ligassem ao mesmo tempo: “Onde estou? Quantos segundos tenho? Para onde corro?“ O tempo de resposta varia conforme a cidade. Em algumas regiões, há 90 segundos para chegar ao abrigo. Em outras, especialmente mais próximas das fronteiras, temos apenas 10 segundos. Dez segundos entre a sirene e o possível impacto do míssil. Dez segundos para agarrar o filho, o animal de estimação, as chaves, ou simplesmente correr descalça até o mamad, o bunker doméstico, obrigatório em praticamente todas as residências novas em Israel. Quem não tem esse mamad particular deve ir para os públicos ou para o comunitário do seu prédio. Sempre pelas escadas. Infelizmente, isso causa muitos acidentes pelo pânico. Nesses momentos sempre me lembro dos idosos, doentes e bebês. Mas como funciona ir até o bunker? Correr para o bunker já virou quase um ritual. As crianças aprendem desde cedo a não questionar: ouvir a sirene significa entrar no abrigo. Não há discussão, não há espera. Mesmo os bebês, mesmo os idosos, todos aqui entendem o que significa o “tzeva adom” (alerta vermelho). O som metálico da porta de aço do bunker se fechando traz uma sensação agridoce: de um lado, o alívio de estar em segurança; de outro, o medo do que pode estar por vir nos próximos segundos. Dentro do mamad, o som das explosões é ouvido e conseguimos imaginar o que está acontecendo do lado de fora. Dependendo da distância, o chão vibra. Cada explosão é um pequeno terremoto emocional. Sabemos que muitas dessas explosões são os mísseis sendo interceptados pelo sistema de defesa israelense: Domo de Ferro, Arrow, Patriot, David’s Sling. Mas também sabemos que nem sempre todos são interceptados. E que cada foguete lançado tem um destino intencional: atingir civis. Matar indiscriminadamente. O silêncio dentro do bunker é tenso. Olhamos uns para os outros. Alguns tentam manter a calma com brincadeiras, outros rezam em silêncio e outros cantam. Em alguns momentos, o impacto é tão próximo que o bunker parece tremer. Nessas horas, o pensamento vem automático: “Será que dessa vez escapamos por pouco?” Quando as sirenes cessam e a defesa informa que o perigo imediato passou, abrimos a porta com cautela. Algumas vezes, há fumaça visível ao longe. Outras vezes, seguimos a vida como se nada tivesse acontecido. Mas a mente carrega o peso acumulado de cada episódio. Como se vive com isso? É difícil descrever o que significa viver em constante prontidão. Nos adaptamos. Aprendemos a escolher casas próximas de bunkers, a planejar as atividades do dia pensando em qual seria o abrigo mais próximo, a ensinar as crianças a reagir rápido sem pânico. E, mesmo assim, nunca se torna normal. Israel é um país resiliente. As pessoas aqui têm uma capacidade de seguir em frente impressionante. Depois de cada ataque, há reconstrução, solidariedade, abraços silenciosos entre vizinhos que se encontram na porta do bunker. Há lágrimas escondidas e também sorrisos de alívio. A vida segue mas o trauma fica. O que muitos não veem é o trauma invisível. As crianças que acordam à noite com pesadelos. Os adultos que vivem em estado de alerta permanente. A ansiedade constante ao menor barulho alto, que pode soar como uma nova sirene. O coração vigilante mesmo quando o céu está limpo. Eu, como imigrante brasileira, precisei aprender rápido a viver neste ritmo. Não é fácil. Cada sirene ativa aflições. Cada explosão desperta o instinto primitivo de sobrevivência. Mas também desenvolvi uma força interna que jamais pensei ter. Aqui, a vida é preciosa. Cada dia vivido plenamente é uma vitória. Por que conto essa história? Há quem olhe de longe e pense que Israel vive apenas de conflitos e guerras. Mas há muito mais. Há inovação, ciência, tecnologia, cultura, fé, tradição, diversidade. Há famílias, há crianças sorrindo nos parques, há casamentos, festas, esperança. Há vida. Conto essa história para que o mundo veja além das manchetes frias e entenda a mentalidade e o espírito israelense. E também para que entendam que cada sirene representa famílias correndo, abraços apertados, preces silenciosas e, acima de tudo, um povo determinado a seguir vivendo, apesar de tudo. Quando digo que Israel luta pelo direito de existir, não é uma metáfora. É a realidade diária de milhões de pessoas. Pessoas como eu, como meus vizinhos, de várias nacionalidades e religiões, como as famílias inteiras que descem às pressas para o bunker sempre que a sirene avisa que mais um míssil foi lançado com o único objetivo de matar civis inocentes. Resistir é um ato de vida Cada vez que saímos do bunker e seguimos a vida, estamos
Rússia planejava matar Zelensky com agente secreto polonês

Nesta segunda-feira (21), autoridades ucranianas anunciaram que frustraram um plano da FSB — serviço de inteligência russo — para assassinar o presidente Volodymyr Zelensky no Aeroporto de Rzeszów-Jasionka, no sudeste da Polônia. O líder ucraniano costuma transitar em trajetos entre a capital e rotas de apoio militar da OTAN. O plano russo envolveria um agente adormecido, ex-oficial militar polonês recrutado décadas atrás por Moscou. Segundo o diretor da SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia), general Vasyl Maliuk, o ataque poderia ser com um franco-atirador ou um drone com câmera FPV. O agente foi detido em operação conjunta entre SBU e autoridades polonesas, que confirmaram que havia várias opções para matar Zelensky durante sua passagem pelo aeroporto. Maliuk destacou que o agente tinha nostalgia pela União Soviética e que foi ativado pela FSB há anos. A prisão do cidadão polonês ocorreu em abril de 2024. Zelensky não comentou diretamente sobre o plano frustrado, mas mencionou ter perdido a conta do número de vezes em que sua vida esteve em risco desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. “O primeiro ataque é assustador, depois se torna algo rotineiro“, confessou em conversa com o jornal The Sun, comparando a ameaça a um vírus que se torna familiar. O presidente relatou que até tiros foram disparados durante uma tentativa em seu escritório, sugerindo que “pessoas morreram ali dentro a serviço de Putin“. Ele ainda condenou os ataques iniciais, dizendo ter recusado pedidos de evacuação feitos por países parceiros, declarando que “precisava de munição, não de uma carona”. Esta não é a primeira tentativa de assassinato conhecida contra Zelensky desde o início da Guerra da Ucrânia. Em maio de 2024, dois coronéis ucranianos foram presos por planejar matá-lo, uma conspiração supostamente encomendada pela FSB. E em 2022, mercenários chechenos e soldados da Wagner foram enviados para a Ucrânia com ordens de eliminar sua liderança. O uso de drones por parte dos russos evidencia uma evolução tática mais sofisticada, com tentativas simultâneas de infiltração por via aérea e terrestre. Especialistas em inteligência observam que tais ações refletem uma intensificação da estratégia russa, que alterna operações convencionais, cibernéticas e de contraespionagem para atingir o topo da liderança militar e política ucraniana. A nova tentativa ocorre em meio a outras investidas russas nos céus ucranianos: um ataque recente com 360 mísseis e drones devastou áreas residenciais e um hospital em Kiev, deixando várias vítimas e acendendo alertas sobre uma escalada repentina. Para Kiev, manter Zelensky vivo é fundamental não apenas militarmente, mas para a imagem global da resistência ucraniana. O presidente é o rosto emblemático do conflito e seu assassinato poderia ter repercussões devastadoras no moral nacional e no apoio ocidental. Fontes: Newsweek, Euractiv
Confirmada a morte da brasileira que caiu em vulcão na Indonésia

A publicitária brasileira de 26 anos, Juliana Marins, foi encontrada sem vida nesta terça-feira (24) pelas equipes de resgate indonésias no Monte Rinjani, na ilha de Lombok. Juliana, natural de Niterói (RJ), havia despencado por um penhasco na madrugada de sexta-feira (20) durante uma expedição ao vulcão ativo de 3.726 metros, e permaneceu desaparecida por quatro dias em uma região de difícil acesso. O corpo foi localizado após árduas operações técnicas envolvendo mais de 50 profissionais, entre equipes de resgate locais e montanhistas experientes, que enfrentaram clima adverso, neblina intensa e terreno instável. As autoridades divisaram o corpo em um desfiladeiro profundo, a cerca de 600 metros do ponto de queda, em área com rochas soltas e riscos geológicos elevados. Leia mais: Brasileira isolada em vulcão na Indonésia expõe falhas no resgate e na diplomacia brasileira – Danuzio Em um comunicado emocionante, divulgado nas redes sociais, a família informou: “Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido“. O parque nacional fechou o acesso à rota de subida para facilitar o trabalho de resgate e evitar interferências de outros turistas. Juliana participava de um mochilão pelo Sudeste Asiático desde fevereiro, quando viajou por Filipinas, Tailândia e Vietnã, documentando a aventura nas redes sociais. O episódio reacende alertas sobre os riscos da trilha do Monte Rinjani, considerada popular entre turistas, mas marcada por declives acentuados, solos instáveis e ausência de sinal de celular – fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes graves. Testemunhas relataram que, após se separar do grupo devido ao cansaço nas primeiras horas da manhã, Juliana escorregou e caiu aproximadamente 300 metros. No sábado, turistas locais e um drone a localizaram cerca de 150 metros abaixo da trilha, viva, mas imobilizada e sob choques iniciais. Entretanto, a tentativa de resgate foi dificultada pelo relevo íngreme e solo instável — previsão de ser chamada de “abandonado” por falta de equipamentos adequados. A família criticou a lentidão do resgate e as informações confusas, com relatos de que Juliana havia recebido água e alimentos no local que se mostraram falsos. Autoridades brasileiras, incluindo a embaixada em Jacarta, acompanharam a operação desde o início, enviando dois representantes ao local e mantendo contato com ONGs de Resgate e a Agência Nacional de Gestão de Desastres da Indonésia . Juliana era formada em Comunicação pela UFRJ e trabalhou em empresas como Multishow e Canal Off, além de atuar como dançarina de pole dance. A jovem expressava felicidade e vigor em seus relatos, destacando que nunca havia se sentido tão viva durante a viagem. O parque nacional, reconhecido pela Unesco como Geoparque Global, declarou que continuará a revisar as normas de segurança nas trilhas, além de reforçar protocolos de emergência. O Monte Rinjani já foi palco de várias tragédias, incluindo mortes devido a acidentes e erupções históricas. A morte de Juliana Marins serve como advertência dramática sobre os riscos de travessias em zonas de altitude e vulcânicas. Fontes: Folha, CNN e Veja
Ataque iraniano causa mortos e dezenas de feridos em Israel, apesar do cessar-fogo

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na noite desta segunda-feira (23) que Israel e Irã concordaram com um cessar-fogo que entrará em vigor às 07:00, horário de Israel. Israel confirmou isso. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que ontem à noite convocou o Gabinete de Segurança Política junto com o Ministro da Defesa, o Chefe do Estado-Maior e o chefe do Mossad, a fim de informar que Israel alcançou todos os objetivos da Operação Am Kalvi, e ainda muito mais. De acordo com um comunicado do Gabinete do Primeiro Ministro, “Israel removeu de si uma ameaça existencial imediata e dupla – tanto no campo nuclear quanto no campo dos mísseis balísticos. Além disso, as FDI alcançaram o controle aéreo total sobre os céus de Teerã, danificaram gravemente a liderança militar e destruíram dezenas de alvos importantes do governo iraniano.” Em relação ao cessar-fogo, o comunicado disse: “À luz da realização dos objetivos da operação, e em total coordenação com o presidente Trump, Israel concordou com a proposta do presidente de um cessar-fogo bilateral. Israel responderá com força a qualquer violação do cessar-fogo.” Trump escreveu esta manhã em sua rede Truth Social que “o cessar-fogo está em vigor, por favor, não o quebre!” Mais cedo, Trump escreveu: “Foi uma guerra que poderia ter durado anos e destruído todo o Oriente Médio – mas não aconteceu e nunca acontecerá!“ Porém, apesar das trataiva diplomáticas, um míssil balístico disparado do Irã atingiu em cheio um prédio residencial de sete andares em Be’er Sheva, sul de Israel, no ínicio da manhã. A explosão, causada por aproximadamente 500 quilos de explosivos, destruiu parte da estrutura e resultou na morte de cinco civis. Outras 26 pessoas ficaram feridas. O projétil atingiu diretamente os andares superiores do edifício, colapsando o quinto e o sexto andares. Quatro moradores que buscavam proteção dentro do mamad — o abrigo reforçado obrigatório em residências israelenses — não resistiram à potência do impacto. Um quinto civil faleceu posteriormente em decorrência dos ferimentos. Equipes de emergência foram mobilizadas imediatamente. Bombeiros, socorristas do Magen David Adom, Defesa Civil e voluntários do Zaka atuaram por horas em uma operação delicada de busca e resgate sob os escombros. Três pessoas foram retiradas com vida. A maioria dos feridos foi encaminhada ao Hospital Soroka, também em Be’er Sheva, com ferimentos leves e em estado de choque. O incidente gerou críticas à conduta da Defesa Civil, que permitiu o retorno de moradores aos apartamentos após o primeiro alerta de ataque aéreo. Poucos minutos depois, uma nova onda de mísseis foi disparada, surpreendendo quem havia deixado os abrigos. Autoridades israelenses reconhecem que o protocolo será revisado. “O cenário que encontramos hoje lembra os horrores do 7 de outubr“, afirmou um voluntário do Zaka. “As famílias estavam em seus abrigos, mas o impacto foi devastador. Foi uma visão difícil até mesmo para equipes experientes.“ Este foi o segundo ataque significativo contra Be’er Sheva em menos de uma semana. No incidente anterior, outro míssil já havia ferido civis e danificado o complexo hospitalar Soroka, que também precisou ser evacuado temporariamente. O governo israelense prometeu uma resposta dura e classificou o ataque como uma grave escalada. Enquanto isso, a cidade, abalada, tenta lidar com mais uma tragédia que marca profundamente sua população. Fonte: Kikar HaShabba, Arutz Sheva, Ynet e Walla News
Rearmar ou perecer: a corrida armamentista da União Europeia contra a Rússia

Nos últimos meses, lideranças europeias intensificaram o discurso e os planos de ampliar significativamente os gastos com defesa e a produção de armas no continente — em resposta direta às crescentes tensões com a Rússia, à aparente reorientação dos EUA na OTAN e às lições duras extraídas do apoio à Ucrânia. Entretanto, essa ambição esbarra em questões complexas: orçamentárias, estruturais, políticas e industriais. Entre 2021 e 2024, os gastos militares dos países da União Europeia cresceram em mais de 30%, passando de €214 bilhões para aproximadamente €326 bilhões — quase 1,9% do PIB do bloco, com previsão de ultrapassar os 2,0% em 2025. Parte significativa desse montante (30%) foi direcionada para investimento em equipamentos, avaliados em cerca de €102 bilhões em 2024. O crescimento é especialmente expressivo em alguns países: a Bélgica planeja elevar os gastos para 2% do PIB até meados de 2025; a Dinamarca passou de 2,4% para 3,0%; enquanto a França estendeu seu orçamento militar de €295 bilhões para €413 bilhões entre 2019 e 2025. Readiness 2030 Adicionalmente ao empenho nacional, foi lançado o programa “Readiness 2030” (antigo “ReArm Europe”), que soma até €800 bilhões em potencial mobilização de recursos — incluindo flexibilidade no pacto de estabilidade, empréstimos de até €150 bilhões do EIB, realocações de fundos estruturais da UE e incentivos à participação privada. O programa atende a uma convergência de percepções geopolíticas. A invasão da Ucrânia e a crescente militarização russa — que consome cerca de 7% do PIB — evidenciam a necessidade de capacidades modernas. O temor de que os EUA reduzam seu envolvimento na OTAN, especialmente sob futuras administrações menos comprometidas com alianças multilaterais, intensifica o senso de urgência. A proposta do premiê holandês Mark Rutte de elevar os gastos totais para 5% do PIB, sendo 3,5% militares e 1,5% destinados a infraestrutura logística dual-use, sintetiza essa visão de maior autonomia e prontidão. Ineficiências A dificuldade de fornecer munição, drones e artilharia à Ucrânia mostrou que a capacidade industrial europeia é insuficiente e fragmentada. A UE possui cerca de 4.000 empresas de defesa, muitas pequenas, com pouca coordenação entre si. Países usam dezenas de plataformas diferentes — a Europa conta com 178 sistemas principais contra cerca de 30 nos EUA. Isso gera ineficiências, altos custos de manutenção e limitações na interoperabilidade. A dependência de matérias-primas críticas e tecnologias como chips e estabilizadores expõe a Europa a riscos externos. A indústria depende de componentes importados — ainda mais em momentos de escassez mundial. Os sistemas europeus de defesa têm baixas cadências de produção — muitos programas operam no nível de dezenas de unidades, onde os EUA produzem centenas. Sem compromissos duradouros e previsíveis, com ordens de compra que se estendam até 2030 ou além, será quase impossível convencer o setor privado a expandir sua capacidade produtiva de forma robusta. Muitos países, como Itália e Espanha, enfrentam pressões fiscais e dificuldades em aumentar o orçamento de defesa sem comprometer investimentos sociais e estabilidade macroeconômica. A Alemanha, por sua vez, criou um fundo extraordinário de €100 bilhões para modernizar suas Forças Armadas, mas seu uso tem prazo limitado e enfrenta entraves burocráticos. O governo e o setor europeu, contudo, vêm adotando medidas simultâneas para superar essas barreiras. A Estratégia Industrial de Defesa Europeia (EDIS) prevê apoio a joint ventures em grandes plataformas, padronização de sistemas e até uma espécie de “Foreign Military Sales” europeu. O Programa Industrial de Defesa (EDIP) oferece €1,5 bilhão em subvenções até 2027. Entre 2021 e 2027, o Fundo Europeu de Defesa (EDF) destina €8 bilhões para pesquisas e desenvolvimento de tecnologias militares — metade a projetos colaborativos e metade à pesquisa estratégica. A proposta Readiness 2030 busca flexibilizar regras de déficit, criar novos mecanismos de financiamento, redirecionar fundos estruturais e envolver capital privado em um esforço amplo de fomento industrial. Países como França, Alemanha, Polônia e Finlândia já anunciaram orçamentos significativamente maiores. A França prevê um aumento de 39% nos investimentos entre 2019 e 2025. A Polônia investe até 4,7% do PIB em defesa, enquanto Finlândia e Suécia aceleram seus planos de modernização com foco em interoperabilidade com a OTAN. Investimentos em infraestrutura são priorizados, com cerca de €75 bilhões dedicados à modernização de portos, estradas e redes ferroviárias adaptadas a exigências militares. A mobilidade militar é hoje vista como fator essencial para a dissuasão rápida e eficiente diante de uma ameaça. Divergências políticas internas Os próximos passos, contudo, esbarram em divergências políticas internas. Cada país possui sua própria política de defesa — como a Espanha, que rejeita a meta de 5% do PIB e prioriza políticas sociais. Muitos alertam que a austeridade fiscal colocará freios no entusiasmo, e dívidas públicas elevadas de países como França e Itália limitam sua capacidade de absorver gastos crescentes. Há ainda a resistência de indústrias nacionais em abrir mão de mercados protegidos e se integrar em grandes consórcios multinacionais, o que dificulta a consolidação do setor. Mesmo com investimentos crescentes, construir sistemas integrados e interoperáveis para todos os exércitos da UE levará tempo, esforço político e técnico. Caso bem-sucedida, a estratégia europeia trará múltiplos reflexos positivos. A Europa poderá reduzir sua dependência de materiais e tecnologia estrangeira, criando autonomia em setores como mísseis, drones, radares e satélites. Com orçamentos ampliados, o continente poderá atrair investimentos em áreas de dupla utilização (civil-militar), como inteligência artificial, cibersegurança e comunicações quânticas. A modernização da infraestrutura logística dual-use também permitirá respostas mais rápidas a crises regionais e reduzirá os gargalos em caso de conflito armado. O impulson da inovação tecnológica de defesa A indústria de defesa europeia já emprega mais de 580 mil pessoas, número que tende a crescer com os novos projetos. A inovação tecnológica impulsionada pela defesa também impactará setores civis, como transporte, energia e comunicações. Em paralelo, o fortalecimento da capacidade de defesa reforça o papel geopolítico da UE em um mundo multipolar. Contudo, tudo dependerá da execução prática. A fragmentação persistente, as restrições orçamentárias e a hesitação política podem comprometer o objetivo de construir uma defesa europeia robusta até 2030. O destino da estratégia militar continental
Ordens extraterritoriais emitidas pelo ministro Alexandre de Moraes será tema de audiência no Congresso dos EUA

Paulo Figueiredo prestará depoimento à Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, em audiência que discute possíveis abusos de jurisdição internacional atribuídos ao Supremo Tribunal Federal do Brasil. O jornalista brasileiro Paulo Figueiredo Filho anunciou que foi convocado para prestar depoimento nesta terça-feira (24), na Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. O caso é analisado no contexto de um debate mais amplo sobre o uso de mecanismos jurídicos por governos estrangeiros para atingir opositores e críticos além de suas fronteiras. Segundo Figueiredo, o tema central de sua participação será a “repressão transnacional de Alexandre de Moraes“, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, que estaria, segundo ele, promovendo uma perseguição sistemática a brasileiros, inclusive em território norte-americano. “Relatarei como jornalistas, deputados federais, cidadãos americanos e empresários de tecnologia como Elon Musk e Chris Pavlovski se tornaram alvos de ordens judiciais extraterritoriais emitidas pelo ministro Moraes“, declarou o jornalista em suas redes sociais. Figueiredo afirmou que tratará de casos envolvendo brasileiros incluídos na lista vermelha da Interpol, além de supostas tentativas de compelir empresas norte-americanas a fornecer dados de usuários localizados nos Estados Unidos. Segundo ele, essas ações representariam uma violação da soberania americana. A audiência será transmitida ao vivo a partir das 14h (horário de Brasília) e contará com espaço para perguntas dos parlamentares. O depoimento foi descrito por Figueiredo como tendo apoio bipartidário dentro do Congresso dos EUA. Vale lembrar que Paulo Figueiredo está entre os investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta participação em um plano golpista no Brasil, relacionado aos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele integra o grupo apontado por disseminar desinformação e atuar em redes de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Paulo Figueiredo via X