Conheça a diferença entre um programa nuclear pacífico no Oriente Médio e o do Irã

O programa nuclear dos Emirados Árabes Unidos (EAU) é um exemplo notável de como a energia nuclear pode ser desenvolvida de forma pacífica, transparente e sustentável, mesmo em uma região marcada por tensões geopolíticas como o Oriente Médio. Com o objetivo de diversificar sua matriz energética, garantir segurança energética e contribuir para a redução de emissões de carbono, os EAU construíram um programa que combina tecnologia avançada, cooperação internacional e um compromisso firme com a não proliferação. Este artigo explora os principais aspectos do programa nuclear emiradense, destacando sua usina de Barakah, suas políticas de transparência e seu impacto econômico e ambiental, demonstrando que é possível implementar um programa nuclear legitimamente pacífico em um contexto regional complexo. A necessidade de energia nuclear Os Emirados Árabes Unidos, conhecidos por suas vastas reservas de petróleo e gás, enfrentaram nas últimas décadas um aumento significativo na demanda por eletricidade, impulsionado pelo crescimento econômico, populacional e pela necessidade de suportar infraestrutura intensiva em energia, como sistemas de ar condicionado e plantas de dessalinização. Além disso, o país possui uma das maiores pegadas de carbono per capita do mundo, o que o levou a buscar fontes de energia mais limpas para alinhar-se às metas climáticas globais, como o Acordo de Paris e a Estratégia de Energia 2050, que visa emissões líquidas zero até 2050. Nesse cenário, a energia nuclear emergiu como uma solução estratégica. Capaz de fornecer eletricidade estável em grande escala, a energia nuclear é ideal para atender às demandas energéticas do país sem depender exclusivamente de combustíveis fósseis. Em 2006, os EAU iniciaram estudos para explorar a viabilidade da energia nuclear, culminando na criação da Emirates Nuclear Energy Corporation (ENEC) em 2009. A ENEC foi encarregada de liderar o programa, com a usina nuclear de Barakah, localizada na região de Al Dhafra, em Abu Dhabi, como o projeto central. A escolha do local foi estratégica, aproveitando a proximidade com o Golfo Pérsico para facilitar logística e acesso a recursos hídricos. A Usina de Barakah A usina nuclear de Barakah é o coração do programa nuclear dos EAU. Composta por quatro reatores APR-1400, cada um com capacidade de 1.400 MW, a usina totaliza 5.600 MW de potência, fornecendo até 25% da eletricidade consumida no país. A construção começou em 2012, com o primeiro reator conectado à rede em 2020 e o quarto entrando em operação comercial em 2024, marcando a conclusão do projeto. Operada pela Nawah Energy Company, uma joint venture entre a ENEC e parceiros internacionais, a usina incorpora tecnologia avançada de segurança, incluindo sistemas de resfriamento passivo que permitem operação segura por até 72 horas sem intervenção humana e estruturas de contenção robustas para resistir a impactos externos. O impacto ambiental de Barakah é significativo. Produzindo 40 terawatts-hora (TWh) de eletricidade limpa por ano, a usina evita a emissão de 22,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) anualmente, o equivalente a retirar 4,8 milhões de carros das estradas. Esse desempenho posiciona Barakah como a maior fonte de energia limpa dos EAU, contribuindo diretamente para as metas de descarbonização do país. A energia nuclear, ao contrário de fontes intermitentes como solar ou eólica, oferece fornecimento constante, essencial para suportar a infraestrutura energética dos EAU, incluindo a dessalinização de água, vital em uma região árida. Compromisso com a não proliferação Um dos pilares do programa nuclear dos EAU é seu compromisso com o uso estritamente pacífico da energia nuclear, reforçado por políticas de transparência e adesão a normas internacionais. O país é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) desde 1995, um acordo que proíbe o desenvolvimento de armas nucleares e exige cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para verificação. Em 2010, os EAU adotaram o Protocolo Adicional da AIEA, que amplia o acesso da agência a informações e instalações, permitindo inspeções mais detalhadas para garantir que não haja atividades nucleares não declaradas. Um diferencial marcante do programa é a adoção da chamada “cláusula de ouro”, formalizada em uma lei federal de 2009, que proíbe o enriquecimento de urânio e o reprocessamento de combustível nuclear no território emiradense. Essas atividades, que poderiam ser usadas para produzir materiais físseis para armas nucleares, foram descartadas para eliminar qualquer risco de proliferação. Essa política contrasta com outros programas regionais e reforça a credibilidade dos EAU perante a comunidade internacional. A AIEA reconheceu esse compromisso, concedendo ao país a “Conclusão Mais Ampla” por vários anos consecutivos, um selo que confirma que todo material nuclear declarado é usado exclusivamente para fins pacíficos. Cooperação internacional O sucesso do programa nuclear dos EAU é sustentado por uma rede robusta de parcerias internacionais. Um marco importante é o Acordo 123 com os Estados Unidos, assinado em 2009, que facilita a transferência de tecnologia nuclear sob condições rigorosas de não proliferação. Esse acordo, conhecido como “padrão ouro”, reflete o compromisso dos EAU de manter seu programa dentro dos mais altos padrões de segurança e transparência. Além dos EUA, os EAU estabeleceram colaborações com países como Coreia do Sul, responsável pela construção de Barakah por meio da Korea Electric Power Corporation (KEPCO), além de França, Japão, Canadá e Rússia. Essas parcerias trouxeram expertise técnica, equipamentos e treinamento, garantindo a operação segura e eficiente da usina. A AIEA também desempenha um papel central, supervisionando o programa e elogiando a abordagem dos EAU. A agência destacou a usina de Barakah como um exemplo de como a energia nuclear pode ser implementada com responsabilidade, servindo como referência para outros países. A participação dos EAU em organizações como a Associação Mundial de Operadores Nucleares (WANO) reforça seu compromisso com padrões globais de segurança e operação. Impacto Econômico e Social: Além da Energia O programa nuclear dos EAU vai além da geração de eletricidade, trazendo benefícios econômicos e sociais significativos. A construção de Barakah gerou milhares de empregos diretos e indiretos, impulsionando setores como engenharia, construção e serviços. A produção de eletricidade no país permite que os EAU exportem mais petróleo e gás, aumentando suas receitas e fortalecendo sua posição

Brasileira cai na Indonésia, próximo à rota de um vulcão

A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, sofreu uma queda próxima à rota de um vulcão na Indonésia. Juliana está na Ásia desde fevereiro, realizando um mochilão. Ela já passou pelas Filipinas, Vietnã e Tailândia. A trilha onde ocorreu o acidente fica próxima a um vulcão no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia. Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana tem compartilhado momentos da viagem em suas redes sociais. Atualmente, ela se apresenta como dançarina de pole dance A jovem ficou ferida e, devido à forte neblina que cobria a região no momento do acidente, os primeiros socorros só chegaram após 16 horas, levando água e comida. Juliana sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros durante a trilha. De acordo com outros turistas, ela está bem e sofreu apenas leves escoriações. As equipes de resgate chegaram até Juliana por volta das 22h no horário local (11h em Brasília). Por se tratar de uma área de difícil acesso e com baixa visibilidade, o resgate deveria ocorrer apenas na manhã deste domingo. A família de Juliana soube do acidente pelas redes sociais. Um grupo que passou pelo local cerca de três horas após a queda encontrou os turistas que estavam com Juliana e registrou imagens com um drone. A agência responsável pela trilha e a Embaixada do Brasil na Indonésia foram acionadas pela família para auxiliar no resgate. Fonte: G1, CNN Brasil, Terra

Austrália sanciona petroleiros fantasma russos

Nesta quarta-feira (18), a Austrália impôs pela primeira vez sanções diretas a 60 navios vinculados à chamada “shadow fleet” russa — uma rede clandestina de petroleiros usada para driblar sanções internacionais e financiar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. A ministra das Relações Exteriores australiana, Penny Wong, explicou que essas embarcações operam sob práticas enganosas: trocando bandeiras, desligando sistemas de rastreamento e navegando com seguros inadequados. Tais táticas viabilizam o transporte ilícito de petróleo russo, contornando restrições impostas pelo G7, União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. “Essas sanções reforçam o compromisso da Austrália em garantir que a Rússia, e aqueles que viabilizam sua invasão, enfrentem consequências“, declarou Penny Wong, reforçando a pressão para que Moscou encerre o conflito e retire suas tropas da Ucrânia. Foco específico nos navios da shadow fleet O governo australiano já aplicou mais de 1.400 sanções desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, mas este é o primeiro foco específico nos navios da shadow fleet. A medida permite às autoridades negar a entrada desses navios em portos australianos ou expulsá-los caso já estejam dentro de águas territoriais. A shadow fleet russa é formada por centenas de petroleiros antigos, operando geralmente sem seguro adequado ou certificações internacionais. Estudos do centro Kyiv School of Economics (KSE) apontam que, em abril de 2024, 83% do petróleo bruto e 46% dos produtos derivados exportados pela Rússia foram embarcados por esta frota, minando os efeitos das sanções como o teto de preço do petróleo de US$ 60 por barril. De 2022 a dezembro de 2023, a frota “fantasma” em cresceu de cerca de 600 para estimados 1.100–1.400 navios, com apenas 118 embarcações sancionadas por EUA, UE ou Reino Unido. O S&P Global classifica esse grupo como responsável por 17% da capacidade global de petroleiros em operação — cerca de 940 navios — com aumento de quase 60% em um ano. Além de minar sanções, a shadow fleet apresenta sérios riscos ambientais e de segurança, pois muitos navios têm mais de 20 anos e operam sem seguro adequado, aumentando a probabilidade de acidentes, vazamentos e colapsos estruturais. A Organização Marítima Internacional destacou que esses navios operam fora dos padrões internacionais, tornando difíceis a interceptação e a fiscalização . A ação australiana acompanha medidas similares de países como Reino Unido, Canadá e UE, que vêm sancionando navios do shadow fleet em pacotes recentes — o Reino Unido adicionou 20 petroleiros em sua última rodada, e a UE sancionou quase 200 em maio, com um 18º pacote em discussão. Com a imposição das sanções, a Austrália reforça seu apoio à soberania da Ucrânia e à necessidade de cortar fontes de financiamento da máquina de guerra russa. O país exige que Moscou encerre imediatamente o conflito e inicie negociações significativas. “Continuaremos com ações coordenadas e decisivas para proteger a Ucrânia e atrapalhar a capacidade russa de sustentar sua agressão“, disse Penny Wong. Enquanto isso, analistas enviam alerta: os preços do petróleo podem subir e refinadores asiáticos, como os da Índia e China, enfrentarão reajustes no custo da cotação do barril em razão da limitação da shadow fleet. Ademais, potenciais desastres marítimos tornam-se mais prováveis dada a idade e a falta de manutenção dessas embarcações — um custo extra que poderá impactar populações e governos costeiros. A ação da Austrália representa um passo relevante no esforço conjunto do Ocidente para complicar o esquema de evasão de sanções russas. No entanto, sua eficácia dependerá tanto da capacidade de monitoramento global quanto da disposição de outros países em fechar brechas na implementação dessas medidas. Fontes: Kyiv Independent, S&P Global, Australia Foreign Minister

Trump anuncia “SUCESSO TOTAL” em ataque a instalações nucleares do Irã

Em um pronunciamento televisionado na noite deste sábado (21), o presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, confirmou que as forças armadas americanas realizaram com sucesso ataques aéreos contra três instalações nucleares do Irã. Em tom firme e provocativo, Trump classificou a operação como “um sucesso militar espetacular” e lançou duras advertências ao regime iraniano. Segundo Trump, as instalações de Isfahan, Natanz e Fordow, consideradas vitais para o programa de enriquecimento de urânio do Irã, foram “obliteradas” com precisão cirúrgica por bombardeiros americanos. “A capacidade nuclear do Irã sofreu um golpe do qual, esperamos, não se recupere tão cedo“, afirmou o ex-presidente diante de bandeiras americanas e oficiais militares. “Este foi um recado claro. Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã. Nós não hesitaremos em agir de novo“, disse Trump com olhar austero, acrescentando que os Estados Unidos estão “prontos para eliminar outros alvos em questão de minutos, se necessário“. Trump ainda enfatizou que os EUA não buscam guerra, mas que “não vão tolerar provocações contínuas de um Estado que financia grupos terroristas em toda a região“. O ataque foi apresentado como uma resposta direta aos incidentes recentes envolvendo forças norte-americanas e ataques coordenados por milícias apoiadas pelo Irã. Durante o pronunciamento, Trump fez questão de elogiar a colaboração com Israel, destacando o papel do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na cooperação militar. “Trabalhamos em equipe como talvez nenhuma outra equipe tenha trabalhado antes“, declarou. O discurso, transmitido ao vivo pelas principais redes de TV americanas, repercutiu imediatamente nas mídias internacionais. Enquanto aliados dos EUA expressaram apoio, Teerã classificou os ataques como “um ato de guerra” e prometeu retaliação, elevando a tensão no Oriente Médio. O Pentágono ainda não divulgou imagens ou relatórios detalhados sobre os danos, mas fontes do Departamento de Defesa indicam que os bombardeios foram planejados com base em inteligência de longo prazo, e executados com armamentos de alta precisão, minimizando danos colaterais. Pronunciamento de Trump – 21 de junho de 2025(Transcrição consolidada de fontes públicas de domínio público) “Thank you very much.A short time ago, the U.S. military carried out massive, precision strikes on the three key nuclear facilities in the Iranian regime: Fordo, Natanz and Esfahan. Everybody heard those names for years as they built this horribly destructive enterprise.Our objective was the destruction of Iran’s nuclear enrichment capacity and a stop to the nuclear threat posed by the world’s number one state sponsor of terror. Tonight, I can report to the world that the strikes were a spectacular military success. Iran’s key nuclear enrichment facilities have been completely and totally obliterated. Iran, the bully of the Middle East, must now make peace. If they do not, future attacks would be far greater and a lot easier. For years, Iran has been saying ‘death to America, death to Israel.’ They have been killing our people, blowing off their arms, blowing off their legs with roadside bombs… we lost over 1,000 people and hundreds of thousands throughout the Middle East and around the world have died as a direct result of their hate—so many were killed by their general, Qassim Soleimani. I decided a long time ago that I would not let this happen. It will not continue. I want to thank and congratulate Prime Minister Bibi Netanyahu. We worked as a team like perhaps no team has ever worked before. We’ve gone a long way to erasing this horrible threat to Israel. I also want to congratulate the chairman of the Joint Chiefs of Staff, Gen. Dan ‘Raizin’ Cain — spectacular general — and all of the brilliant military minds involved in this attack.”

Parlamento iraniano aprova fechamento do Estreito de Ormuz

O parlamento do Irã aprovou, neste domingo (22), uma proposta que faculta o fechamento do Estreito de Ormuz. Esta é uma passagem estratégica por onde circula cerca de 20% do comércio mundial de petróleo. Isso ocorre em retaliação aos ataques a instalações nucleares iranianas conduzidos pelos EUA e Israel na última semana. A execução da decisão, entretanto, está condicionada à aprovação final do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país, conforme adiantado pela agência estatal Press TV. A medida ocorreu horas depois que bombardeiros americanos B‑2 lançaram bombas antimísseis nas instalações em Fordow, Natanz e Esfahan, descritas pelo Pentágono como “obliteradas” pelo poder dos artefatos usados. O ataque foi a maior ação militar direta dos EUA contra o Irã desde 1979. Em discurso, o comandante da Guarda Revolucionária e deputado Esmail Kosari afirmou que “o fechamento do Estreito está na ordem do dia e será realizado quando necessário“, embora a decisão final dependa do conselho de segurança. Fontes parlamentares confirmam que a votação foi unânime. O Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico ao Oceano Índico e é responsável por cerca de 17 a 18 milhões de barris de petróleo por dia, representando cerca de um quinto do consumo global. Sua interrupção imediata provocaria disparada nos preços do petróleo. Já há indícios disso: o barril de Brent subiu mais de 10% nas últimas sessões, alcançando valores acima de US$ 77. A decisão iraniana acendeu o alerta em mercados globais. Analistas da Eurasia Group e Bloomberg estimam que, se fechada, a passagem pode elevar o preço do petróleo para US$ 100 o barril — cenário confirmado por movimentos de testes de traders e subscrições em contratos futuros. A resposta americana não tardou: o vice-presidente JD Vance classificou qualquer interrupção na região como “suicida para a economia iraniana“. A Casa Branca informou à Operations Task Force que está monitorando a situação de perto e que medidas militares e diplomáticas estão em coordenação com aliados. Na sexta-feira, o ministro de Relações Exteriores iraniano Abbas Araghchi declarou que o país estudaria “todas as opções possíveis” até que o ataque aos locais nucleares fosse considerado respondido. O chefe da diplomacia acusou os EUA de terem “desrespeitado o direito internacional” e advertiu que “eles só entendem a linguagem da força”. A comunidade global reagiu com preocupação. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) advertiu sobre os riscos de contaminação radioativa caso ataques continuem, e países do Oriente Médio como Emirados Árabes, Arábia Saudita e Catar pediram contenção diplomática. A ONU convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança a pedido de Teerã, prevista ainda para este domingo. Enquanto isso, o Irã já iniciou retaliações com disparos de mísseis balísticos em direção a Israel, causando feridos em Tel Aviv, mas sem atingir alvos americanos até o momento. O mundo observa com tensão crescente: a decisão parlamentar pode transformar um confronto regional em crise energética global. Se o conselho aprovar o fechamento, o impacto será sentido desde refinarias asiáticas até as bombas nos postos de gasolina nos EUA. A vigilância agora se volta à próxima movimentação de Teerã – e à resposta americana diante de uma escalada sem precedentes. Fontes: Axios, Newsweek, Al Arabiya

Ataque cirúrgico e tensão global: generais israelenses revelam bastidores da ofensiva contra o programa nuclear iraniano

Em uma entrevista exclusiva e contundente, os generais israelenses da reserva Yaakov Amidror e Amikam Norkin ofereceram uma rara visão dos bastidores da operação militar de Israel contra o programa nuclear iraniano, deflagrada em 13 de junho de 2025. A ação, considerada uma das mais ousadas e complexas da história recente do país, teve como objetivo central impedir que o Irã alcançasse capacidade de fabricar uma arma nuclear – um temor antigo de Tel Aviv que se tornou, segundo os generais, uma ameaça iminente. Amidror, ex-major-general e ex-conselheiro de segurança nacional de Israel, relembrou que os serviços de inteligência monitoram o avanço nuclear iraniano desde 1994. “Durante 30 anos, usamos sabotagens, ciberataques e pressão internacional. Mas agora entendemos que os iranianos chegaram a um ponto em que, se não forem imediatamente interrompidos, obterão capacidade nuclear militar“, alertou. Segundo ele, o tempo para negociações se esgotara, forçando Israel a agir diretamente. A operação de junho faz parte de uma estratégia de dois eixos: O primeiro consiste em desmantelar o chamado “anel de fogo” formado por proxies iranianos, como o Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza, que cercam Israel e representam uma ameaça constante. O segundo pilar foca diretamente no coração do programa nuclear iraniano, targeting instalações críticas e eliminando figuras-chave, como cientistas e líderes militares. A operação de junho de 2025 representou um marco significativo nesse segundo pilar. Ao enfraquecer a influência dos proxies iranianos ao longo dos anos, Israel conseguiu direcionar seus recursos militares e de inteligência para neutralizar a ameaça nuclear de maneira mais eficaz. Essa segunda frente ganhou protagonismo na ação do dia 13, quando uma ofensiva aérea coordenada atingiu alvos críticos em cidades como Natanz, Isfahan, Arak e Teerã. Segundo Norkin, ex-comandante da Força Aérea Israelense, os ataques começaram à meia-noite, com a destruição dos sistemas de defesa antiaérea iranianos, incluindo os poderosos S-400 e S-300. Com o espaço aéreo liberado, as aeronaves israelenses bombardearam instalações nucleares estratégicas, centros de comando militar e residências de cientistas ligados ao programa. O Mossad teve papel crucial na identificação de alvos prioritários e na logística da operação. “Apesar do enorme sucesso nas primeiras 12 horas, estamos apenas no início. Levará semanas para entender completamente o que aconteceu“, explicou Norkin, ressaltando a magnitude da missão e a necessidade de acompanhamento constante das consequências. A resposta iraniana A resposta iraniana não tardou. Nas 48 horas seguintes, Teerã lançou uma série de ataques retaliatórios com mísseis e drones, que atingiram o norte e o centro de Israel, causando baixas civis e aumentando a tensão interna. O clima na região se deteriorou rapidamente, com receios de uma escalada que envolva atores regionais e potências internacionais. As reações globais foram mistas. Enquanto países como os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha manifestaram apoio à ação israelense, classificando-a como “preventiva” e “legítima”, outras nações – entre elas Rússia, Turquia e China – condenaram o ataque, acusando Israel de agravar o conflito e violar a soberania iraniana. O presidente norte-americano alertou que, sem uma intervenção militar, o Irã poderia adquirir uma arma nuclear em semanas ou meses, enfatizando a urgência da situação e defendendo uma solução diplomática imediata para evitar um colapso regional. Um novo capítulo A operação de junho representa um divisor de águas na já tensa relação entre Tel Aviv e Teerã. Embora o objetivo tático – retardar o avanço nuclear iraniano – tenha sido alcançado, o impacto estratégico a longo prazo permanece incerto. O temor de uma guerra aberta no Oriente Médio cresceu, assim como a pressão sobre a comunidade internacional para mediar o conflito antes que ele se transforme em uma crise de proporções globais. Para Amidror, a operação mostrou que Israel está disposto a correr riscos significativos para proteger sua segurança existencial. Já Norkin reforçou que a vigilância deve continuar e que o “preço da inação teria sido muito mais alto“. A entrevista com os dois generais revela não apenas o pensamento estratégico por trás da ação, mas também a complexidade do cenário atual. Entre o realismo militar e os apelos à diplomacia, o mundo observa apreensivo os próximos capítulos de um conflito que, mais do que nunca, ultrapassa fronteiras nacionais e redefine os contornos da segurança internacional.

Sionismo é Nazismo?

Nas redes sociais, é comum encontrar postagens que equiparam o sionismo ao nazismo, com o objetivo de insultar Israel, acusado de práticas como limpeza étnica em Gaza e de suposta colaboração com os nazistas por meio de acordos como o Haavara. Essa comparação, porém, é válida? Este texto analisa os argumentos apresentados e verifica se há fundamento na equiparação entre sionismo e nazismo, com base no documento fornecido. O sionismo político, conforme descrito, é a crença na possibilidade de existência e manutenção de um Estado judaico, fundado e mantido por judeus. Essa é a essência do sionismo: a convicção de que um Estado caracteristicamente judaico é viável. Por outro lado, o nazismo tinha como núcleo o antissemitismo, uma ideologia que considerava os judeus uma ameaça existencial à humanidade, especialmente à suposta superioridade da raça ariana. Para avaliar a comparação, é necessário examinar se o pensamento antissemita nazista se alinha com os fundamentos do sionismo. O antissemitismo era central ao nazismo O antissemitismo era central ao nazismo. Alfred Rosenberg, um dos principais ideólogos nazistas, desenvolveu a teoria de uma conspiração judaica global, inspirado pelo documento falso Protocolos dos Sábios de Sião. Segundo Rosenberg, os judeus promoviam sua dominação por meio do bolchevismo e do sionismo internacional. Ele acreditava que os judeus não tinham capacidade nem intenção de criar um Estado no sentido europeu, mas usariam um suposto “Estado” judaico para expandir sua exploração: “devido a condição de explorador da cultura ariana, o ‘Estado’ judeu apenas serviria para ampliar a exploração e avançar a dominação do mundo“.[1] Hitler, influenciado por Rosenberg, adotou uma visão social-darwinista que enfatizava a superioridade da raça ariana, determinada por fatores genéticos: “Em primeiro lugar, o valor inteiro de um povo, que passa de geração em geração como herança e genótipo – valor que só sofre alteração quando o portador dessa herança, o próprio povo, muda em termos de sua composição genética. É certo que os traços individuais de caráter, as virtudes individuais e os vícios individuais sempre se repetem nos povos enquanto sua natureza interior, sua composição genética, não sofre nenhuma mudança essencial“.[2] Para Hitler, os arianos desenvolveram características altruístas e laboriosas devido às duras condições do Norte: “Podemos ver essa dificuldade no início da pré-história, sobretudo na parte Norte do mundo, naqueles enormes desertos de gelo onde apenas a existência mais escassa era possível. Aqui, os homens foram forçados a lutar por sua existência, por coisas que estavam, no sorridente Sul, disponíveis sem trabalho e em abundância. O Norte forçou os homens a continuarem suas atividades de produção de roupas e construção de residências. Primeiro, eram cavernas simples, depois cabanas e casas. Em suma, ele criou um princípio, o princípio do trabalho“.[3] Claramente, para Hitler, o ariano desenvolveu uma genética “altruísta“, onde o indivíduo ariano prontamente se sacrificava pela sua coletividade e amava o trabalho pelo trabalho, motivo pelo qual o capacitava para criar uma cultura e fundar e manter Estados. Tal juízo social-darwinista foi igualmente reforçado no infame Mein Kampf. O ariano se desenvolveu para trabalhar e criar comunidades, cultura e Estados, e o judeu para furtar, enganar e explorar o trabalho e a cultura do ariano. A antítese Em contraste, Hitler via os judeus como a antítese dos arianos. Ele acreditava que os judeus, evoluídos em condições diferentes, desenvolveram traços egoístas e parasitários: “O ariano entende o trabalho como a base para a preservação da comunidade do povo, o judeu o vê como um meio de explorar outros povos… Não importa se esse indivíduo judeu é ‘decente’ ou não. Ele traz dentro de si os traços de caráter que a natureza lhe deu, e nunca pode se livrar disso“.[4] Hitler, claramente, cria uma oposição irreconciliável entre a raça ariana e a judaica porque o que não apenas as separava, mas as colocava numa rota de colisão, eram as respectivas características genéticas de cada uma, desenvolvidas durante milhares de anos e, por isso mesmo, inexpugnáveis. O ariano se desenvolveu para trabalhar e criar comunidades, cultura e Estados, e o judeu para furtar, enganar e explorar o trabalho e a cultura do ariano. O mito histórico de Hitler, motivado pela ideologia racial, sobre a missão cultural da humanidade ariana encontrou sua complementação no contramito da “missão mundial” judaica. De acordo com as características essenciais atribuídas por Hitler ao judaísmo, essa “missão” da raça judaica, no entanto, não poderia ter um caráter de construção cultural ou formação de Estados, mas apenas um caráter de destruição cultural e de subversão dos Estados. Para Hitler, portanto, o judaísmo se destacava por uma falta de todas as características que qualificavam a raça ariana para a atividade cultural e a criatividade intelectual: incapacidade de pensar de forma inovadora; interpretação do fenômeno do “trabalho” como uma mera tarefa material para satisfazer necessidades e interesses pessoais; tendência a um estilo de vida “parasitário” às custas de outras nações; — esses eram os traços de caráter preferencialmente citados por Hitler para caracterizar a “contra-raça” judaica.[5] É uma evolução considerável da mera “conspiração judaica” como percebida por Rosenberg ou outros antissemitas vulgares, mas uma visão histórica dualista na qual o “bem” e o “mal” encontravam-se perfeitamente delineados nas duas raças antitéticas em conflito. O arianismo e o judaísmo estavam interligados de forma complementar, assim como ação e reação, tese e antítese, formando um curso histórico que obteve “sua verdadeira dinâmica por meio da relação dialética entre dois princípios mundiais antagonistas [arianismo x judaísmo]”, cuja resolução se daria apenas com a “indubitável aniquilação do envenenador povo judeu“.[6] O pensamento antissemita de Hitler alcançou seu ápice numa interpretação histórica na qual as duas raças antitéticas estavam em rota de colisão inevitável. De um lado, os arianos, a raça criadora da cultura, da civilização e mantenedora do Estado; do outro, os judeus, os exploradores egoístas que dependiam da espoliação dos bens culturais arianos para sobreviverem. O desenlace desse embate apocalíptico decidiria o destino da civilização humana: caso os arianos perdessem, a civilização e a cultura estariam perdidas. Incompatíveis Agora, tendo em mente a base do radical, social-darwinista

EUA atacam usinas nucleares do Irã: bomba GBU-57 entra em ação e guerra escala no Oriente Médio

Durante a madrugada, os Estados Unidos realizaram ataques aéreos coordenados junto com Israel, atingindo as três principais instalações nucleares do Irã — Natanz, Esfahan e Fordow — em um ataque que marca a entrada direta norte-americana no conflito com Teerã. O presidente Donald Trump declarou que os alvos foram “obliterados” por bombardeiros B‑2 e mísseis Tomahawk equipados com bombas antincrustantes, incluindo a poderosa GBU‑57 empregada especificamente contra a fortificada usina subterrânea de Fordow. A guerra entre Israel e Irã chega ao décimo dia de hostilidades consecutivas, que começaram em 13 de junho, com Israel alegando que o programa atômico iraniano estava a apenas semanas de alcançar capacidade militar . De acordo com Trump, os ataques americanamente coordenados com Israel causaram danos estruturais significativos às centrais nucleares, mas o Irã afirmou que o impacto foi limitado, já que conseguiram remover materiais sensíveis antes das bombardeios . Fontes militares informam que os bombardeiros B‑2 dispararam bombas gigantescas contra Fordow — a única instalação subterrânea projetada para resistir a ataques convencionais — e lançaram mísseis Tomahawk contra Natanz e Esfahan. A comunidade internacional reagiu com preocupação. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou sobre o perigo de ataques a centrais nucleares e disse que o bombardeio de áreas como Fordow pode gerar liberação radioativa, representando risco tanto interno quanto transfronteiriço. No terreno, o Irã retaliou com uma nova onda de ataques com mísseis balísticos e drones suicidas contra alvos israelenses. Ao menos onze pessoas ficaram feridas em Tel Aviv e Jerusalém, com sirenes disparando durante a madrugada. A mídia iraniana reportou mais de 400 mortos e mais de 3.000 feridos apenas em consequência dos ataques israelenses, mantendo a narrativa de injustiça e agressão externa . O Irã descartou qualquer negociação sobre seu programa nuclear enquanto os bombardeios prosseguissem. O presidente Masoud Pezeshkian afirmou ainda que a atividade nuclear continuaria “sob quaisquer circunstâncias”. Trump havia inicialmente dado um prazo de 14 dias para decidir qual seria a ação norte-americana contra o Irã, e na sexta-feira (19), os EUA iniciaram movimentações de bombardeiros B-2 em direção a bases no Oceano Índico como uma demonstração de força. O ataque desta noite gerou atenção global: alguns legisladores norte-americanos questionam a legalidade de ataques sem autorização do Congresso. Recursos como petróleo sofreram impactos no mercado, aumentando o nervosismo econômico. No espaço diplomático, grupos como ONU, França, Turquia e países árabes cobram cessar-fogo e prudência para evitar um conflito regional mais amplo. Com o conflito entrando em uma nova fase, a intervenção americana ao lado de Israel representa um marco histórico. A ofensiva destruiu parcialmente o coração do programa nuclear iraniano, mas acendeu novo ciclo de agressões e transforma o Oriente Médio em um caldeirão de tensões políticas, militares e humanitárias — cenário que pode definir os rumos geopolíticos das próximas décadas. Fontes: Reuters, Reuters, ArabNews

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